A previsão para a produção de milho em Santa Catarina nesta safra foi ajustada e passou de 2,7 para 2,6 milhões de toneladas. O frio prolongado e a estiagem que atingiu o Extremo Oeste e a região do Vale do Rio Uruguai em dezembro são apontados como causa para a revisão. A atualização foi publicada no Boletim Agropecuário de janeiro da Epagri/Cepa.
A colheita já teve início nessas regiões na primeira quinzena de janeiro de, com registro de produtividades de 3.600 kg/ha a 7.000 kg/ha em algumas áreas, o que representa uma redução de 15% a 20% na produção inicialmente estimada.
Em outras regiões, as produtividades foram corrigidas positivamente, em função de chuvas mais regulares, caso das regiões do Planalto Norte e Campos de Lages. “O mês de janeiro é decisivo para a consolidação da produção prevista de milho em várias regiões. A precipitação e a temperatura são os componentes que mais pesam na determinação da produção final nas fases de floração e enchimento de grãos”, informa a Epagri/Cepa.
Notícias Relacionadas
Fechamento do Mercado
Com suporte da demanda, soja fecha 6ª em campo positivo
USDA anuncia nova venda de soja, enquanto o potencial da safra na América do Sul segue no radar dos investidores
Safra
Semeadura da soja atinge metade da área prevista no RS; colheita do trigo avança para a reta final
Já o plantio do milho avançou pouco na última semana, de 81% para 84% da área
Milho silagem
As estimativas indicam recuperação da produção de milho para fins de silagem, apesar da estiagem no Extremo Oeste. Com previsão de mais de 9,1 milhões de toneladas, o mercado de silagem cresce em Santa Catarina. A maior parte das lavouras está em fase de florescimento, período crítico para a produção. “Em função da estiagem (no Oeste) e do ataque de cigarrinhas, a condição ruim das lavouras em média no período avaliado somam mais de 24%. Vários produtores das regiões afetadas pela estiagem e pela cigarrinha em dezembro optaram por antecipar o corte do milho para manter condições satisfatórias de massa verde para a produção de silagem”, relata o documento.
Soja
A estimativa da safra 2022/23 de soja em Santa Catarina foi elevada na atualização de janeiro, ultrapassando os 2,63 milhões de toneladas, superior ao prognóstico inicial, que era de 2,61 milhões de toneladas. O crescimento deve acontecer apesar da produtividade esperada das lavouras em função das condições climáticas desfavoráveis. A área de cultivo se mantém em 730 mil hectares, com a expectativa ainda de incorporação de áreas.
“Os volumes de chuva na primeira semana de janeiro (40-70 mm) em várias regiões do estado trouxeram um alívio aos produtores. A expectativa é de uma safra normal da oleaginosa. O clima em janeiro e fevereiro são determinantes para a consolidação da safra no estado”, afirma a entidade.
Feijão
A Epagri/Cepa estima que Santa Catarina colha 59,5 mil toneladas de feijão na primeira safra 2022/23. Esse número é 11% maior do que no ciclo anterior. O crescimento se apresenta apesar da redução esperada de 14% na área plantada. Isso porque a safra passada foi fortemente afetada pela estiagem, o que comprometeu a produção daquele ano. Da mesma forma, espera-se um crescimento de 29% na produtividade. Esse aumento também reflete o resultado frustrante na produtividade da safra 2021/22.
Arroz
A produção de arroz deve recuar 1,07%, resultando em 1,2 milhão de toneladas. A produtividade deve ser de 8.424Kg por hectare, uma redução de -0,71% em relação à safra passada, quando esteve acima da média. Destaque para o atraso no ciclo da cultura, provocado pelo prolongado período de frio. A baixa luminosidade preocupa os produtores com relação à produtividade e à uniformidade do grão. A colheita teve início em algumas áreas do estado, especialmente Litoral Norte, mas com o ciclo atrasado, o percentual ainda é muito baixo.
Com informações da Epagri/Cepa
