Os valores do milho começaram o ano de 2023 com preços fortes, impulsionados pela baixa reserva de estoque e preocupações com o clima no Sul do país, que já afetava a primeira safra do cereal. Apesar de um plantio mais tardio na segunda safra, as condições climáticas foram favoráveis ao desenvolvimento das plantações, resultando em uma oferta recorde durante o ano-safra. Como resultado, de abril a junho, os preços diminuíram consideravelmente, porém, no trimestre seguinte, mantiveram-se estáveis. Foi somente a partir de setembro que os preços do milho reagiram, impulsionados pelo aumento das exportações e preocupações em relação à safra de 2024, recuperando parte das perdas do ano.
Embora a produção brasileira de milho deva ser menor neste ano, o consumo interno pode aumentar, especialmente nos setores de proteína animal e na crescente indústria de etanol derivado do cereal no país. De acordo com especialistas do Cepea, um possível equilíbrio entre oferta e demanda pode ser alcançado com a diminuição das exportações, já que as vendas externas podem ser limitadas pela redução do excedente nacional. Os preços deste início de 2024 estão consideravelmente abaixo dos valores de um ano atrás, impactando as margens e, com as incertezas sobre os efeitos do El Niño na produtividade, reduz o interesse dos agricultores em plantar milho, alguns indicam que não aumentarão a área cultivada. Na Bolsa de Valores (B3), os preços futuros indicam possíveis aumentos no segundo semestre.
Informações de Cepea.