Milho

Preços firmes das commodities em dezembro

Assim como o clima, o câmbio também impactou nos preços do milho e da soja em dezembro.

Em dezembro o cenário foi de firmeza nas cotações do milho e da soja. O clima e o câmbio foram os principais fatores para a sustentação dos preços das commodities, de acordo com os dados apresentados pelo analista de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri, durante a segunda edição do Mercado em Destaque.

Por conta da La Niña, que vem impactando as regiões sul do Brasil, sendo os estados mais afetados, assim como a Argentina e o Paraguai. “O fenômeno ele é caracterizado por esse período de estiagem bem marcante durante o período de verão, na região Sul; e em contrapartida, no Centro-Norte o temor é com relação ao excesso hídrico, podendo impactar o início da colheita, e a preocupação maior do mercado fica por conta da janela o milho safrinha”, explica.

Em dezembro os preços do milho subiram 7,5%, levando em consideração Campinas/SP como uma referência, encerrando o mês negociada a R$ 93/sc. “Na primeira quinzena de novembro a gente teve uma oportunidade muito grande no mercado, porque não havia um grau de prejuízo pelas incertezas climáticas, já que os efeitos do La Niña não eram tão evidentes naquele momento, então chegamos a ver o milho sendo negociado R$ 81,50”, informa.

A soja teve alta de 3,6% nas cotações em dezembro, encerrando o mês negociada a R$ 172/sc. Assim como o clima, o câmbio também impactou nos preços. “Em dezembro o dólar trabalhou praticamente acima de R$ 5, 60 por dólar o mês inteiro; tendo um ou dois dias que no fechamento o dólar operou abaixo desse valor”, aponta Fabbri.

Exportações

Os embarques aquecidos também sustentaram as cotações. “As exportações surpreenderam um pouco o mercado, o farelo de soja teve um ritmo mais acelerado no mercado brasileiro, pois geralmente é um período que, tipicamente, nós não temos um ritmo tão forte de exportação de soja; pois vemos o mercado internacional comprando mais nos Estados Unidos”, ressalta.

Commodities

Mesmo com as revisões para cima dos estoques de passagem do milho, de 7 milhões para 8,2 milhões de toneladas, os preços seguem firmes devido às incertezas climáticas. Outro ponto, são as importações de milho pelo Brasil no segundo semestre do ano, que foram o “maior volume com relação à nossa série; para tentar conter o preço, como uma estratégia do governo, puxando a questão da isenção da TEC ao longo de 2021 e agora mais recentemente a isenção do PIS Cofins (com prazo até 31 de dezembro)”, salienta.

“Somando todos esses fatores: um clima mais adverso na América do Sul como um todo; o dólar elevado; as preocupações com relação ao estoque de passagem; e a produção de milho primeiro safra no sul do país. Isso deu sustentação às cotações do milho. Com relação à soja, o principal fator acabou sendo mesmo o dólar e a produção na América do Sul como um todo; a questão do atraso no plantio na Argentina e a revisão para baixo do USDA com relação à produção do Paraguai; foram pontos de atenção com relação às cotações em dezembro”, finaliza.

Confira o preços das commodities.

Texto: Larissa Schäfer