A 12ª Abertura Oficial da Colheita do Milho já tem data para acontecer: 23 de janeiro de 2025. O anúncio foi feito durante reunião da Câmara Setorial da cultura da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). O ato oficial da colheita ocorrerá às 10h30min, na propriedade do agricultor Delciomar Busnello, no município de Paulo Bento, no Alto Uruguai gaúcho. O evento terá visitações a estandes e palestras técnicas sobre a produção do grão no Rio Grande do Sul, que é de extrema importância, tanto para a alimentação humana, quanto para a alimentação animal.
Tanto que a cultura é produzida em 485 dos 497 municípios gaúchos, de acordo com a Emater/RS-Ascar. “O milho está presente em quase todos os municípios do Estado e é cultivado até em Porto Alegre e Novo Hamburgo. Na Região Metropolitana de Porto Alegre, apenas Esteio não tem milho”, afirma o assistente técnico estadual em culturas da autarquia, o engenheiro agrônomo Alencar Paulo Rugeri.
O cultivo do milho no Estado é, em geral, consorciado com a cultura da soja, entre outras culturas, e é possível obter o produto por meio de mais de uma safra anual. Nesta safra, o Estado deve produzir 5,32 milhões de toneladas de milho, o que representa um aumento de 18,35% em relação ao ano passado, quando a produção foi de 4,5 milhões de toneladas, conforme dados da Emater/RS-Ascar.
Porém, a área de produção, de 748,5 mil hectares, teve uma redução de 7,47% em relação aos 808,9 mil mil hectares plantados em 2023/2024. O enxugamento da área cultivada em relação à safra anterior é explicado pelo alto custo de produção, baixa margem de remuneração e recorrência de cigarrinha-do-milho. (Dalbulus maidis).
“As dificuldades impostas pelas seguidas estiagens e enchentes também contribuíram para que o produtor reduzisse a área cultivada com milho”, avalia Rugeri. A produtividade para a safra 2024/2025 foi estimada pela Emater/RS-Ascar em 7,1 mil quilos por hectare, 26,30% maior que a da safra passada, de 5,6 mil quilos por hectare.
O engenheiro agrônomo e coordenador da Câmara Setorial do Milho na Seapi, Paulo Vargas, que também é produtor rural em Carazinho, além de vice-presidente do Sindicato Rural do município do Planalto Médio, ressalta a necessidade de ampliação da cultura do milho no Estado. “Precisamos aumentar nossa área de produção e produtividade, para que a cadeia produtiva não precise comprar de outros estados”, enfatiza.
O RS tem uma demanda de 6, 7 milhões de toneladas e a produção ainda é insuficiente, sendo necessário trazer o grão de estados como Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás. “Estamos mandando empregos e renda para esses estados”, critica. O dirigente defende o aumento do uso da irrigação, que permitiria o aumento da produção. “Infelizmente, predomina a cultura de sequeiro e a área com milho irrigado ainda é muito pequena no Estado”, completa Vargas.
Uma preocupação no ciclo atual foi a ocorrência da praga cigarrinha-do-milho. “Não é fácil de observá-la. Mas, em 2024, tivemos uma pressão menor nas condições climáticas, o que significa menos cigarrinha nas ações de assistência técnica e extensão rural monitoradas pela Emater, em conjunto com o Programa Estadual de Produção e Qualidade do Milho [Pró-Milho/RS]”, garante.
As ações do Pró-Milho – programa tem como objetivo geral incentivar, fomentar e coordenar ações que aumentem a produção e a qualidade do milho no Estado – dão um alento aos produtores no plantio da cultura. Segundo Rugeri, “as entidades da Câmara Setorial também são fomentadoras e fundamentais para tentarmos aumentar a área de milho no Rio Grande do Sul, que hoje é de 748 mil hectares [para grão]. O nosso sonho é sermos autossuficientes em milho, com uma produção de cerca de 8 milhões de toneladas por ano”, sublinha. “É um desafio aumentar essa área, para podermos atender à demanda da cadeia produtiva que o Estado tem, de suínos, aves e bovinos de corte e de leite, para quem o milho é essencial”, completa Rugeri.
Semeadura
O último levantamento da Emater/RS-Ascar, divulgado na quinta-feira (05), mostrou que a semeadura alcançou 90% da área projetada para a safra de milho 2024/2025. Atualmente, 40% das lavouras encontram-se em fase vegetativa; 25%, em florescimento; 34%, em enchimento de grãos; e 1%, em maturação.
As chuvas, em 20 de novembro e 11 de dezembro, trouxeram alívio aos produtores, pois melhoraram os níveis de umidade do solo. No entanto, a escassez hídrica, no início de novembro, ocasionou variações no potencial produtivo entre as lavouras. Em áreas com déficit hídrico significativo entre o final de outubro e meados de novembro, as perdas de produtividade estão consolidadas, variando conforme a intensidade e a duração do estresse. Mesmo assim, caso o regime hídrico se mantenha favorável até a colheita, espera-se que a produção supere a safra anterior. “As lavouras estão em florescimento e enchimento de grãos, uma fase crítica do milho”, alerta Rugeri.
Nas áreas irrigadas, o potencial produtivo permanece elevado, beneficiado pela alta disponibilidade de radiação solar durante o dia e pelas temperaturas amenas à noite, fatores que favorecem o desenvolvimento das plantas. Os manejos realizados pelos produtores variam conforme o estágio de desenvolvimento das lavouras e a viabilidade econômica. De maneira geral, nas áreas em semeadura, germinação/emergência e início do desenvolvimento vegetativo, são realizadas adubações e controle de plantas daninhas. A aplicação de inseticidas e fungicidas ocorre de forma pontual, quando indicada a necessidade de controle.
Milho
- A área plantada com milho deve crescer 0,1% em relação à área de milho no Brasil na safra 2024/2025, após uma intensa redução de 5,9% de área da cultura na safra 2023/24;
- A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma safra 2024/2205 de 119,8 milhões de toneladas de milho, 3,6% superior à safra 2023/2024;
- No País, há nítida tendência de concentração da produção milho na 2ª safra, que representa 78,1% do total no ciclo 2023/2024;
- Entre as unidades da Federação, segundo dados da Pesquisa Agrícola Municipal, o RS é o sétimo maior produtor de milho em grão do Brasil, superado pelos estados de Mato Grosso, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo;
- A produção de milho no Rio Grande do Sul é de extrema importância, tanto para a alimentação humana, quanto para a alimentação animal;
- A cultura é produzida em 485 dos 497 municípios gaúchos;
- O Estado deve produzir 5,32 milhões de toneladas de milho na safra 2024/2025, o que representa um aumento de 18,35% em relação ao ano passado, quando a produção foi de 4,5 milhões de toneladas, conforme a Emater/RS-Ascar;
- A área de produção de 748,5 mil hectares teve uma redução de 7,47% em relação aos 808,91 mil hectares plantados em 2023/2024;
- A produtividade foi estimada pela Emater/RS-Ascar em 7,1 mil quilos por hectare, 26,30% maior que a da safra passada, de 5,6 mil quilos por hectare.
Dados: Emater/RS-Ascar, Conab e Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão do RS.