O mercado do milho volta a ganhar ritmo na virada do mês de abril para o mês de maio no mercado brasileiro. Os principais pontos que influenciaram sobre a retomada da firmeza nas cotações de cereal foram a preocupação com relação ao plantio da safra 2022/23 norte-americana, o andamento da safrinha no Brasil e a valorização do dólar.
A falta de chuvas nos Estados Unidos deixa o mercado em alerta. “O USDA [Departamento de Agricultura dos EUA] trouxe informações de um plantio bem atrasado comparado a safra passada e também a média das últimas cinco safras no Estados Unidos; isso porque o país está passando por alguns problemas climáticos que tem dificultado o plantio. Vemos uma ausência de chuvas, um solo fora do que é tido como adequado para o período e para operação do maquinário”, explica o analista de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri.
O câmbio também pesou sobre os preços do grão. “O dólar saiu da casa dos R$ 4,60 que estávamos falando até meados de abril e voltou a casa dos R$ 5,20. Então essa valorização do câmbio acaba impactando diretamente nas cotações do milho aqui no mercado brasileiro”, informa.
Os preços futuros na Bolsa de Chicago marcaram altas nessa semana, o que também reflete às preocupações com o clima. “Os preços do milho na bolsa de Chicago chegaram ao maior patamar dos últimos oito anos, atingindo cerca de US$ 8,00 por bushel. Então, acompanhamos também um cenário de incertezas no mercado externo”, ressalta o analista de mercado.
Safrinha de milho
No Brasil o clima também vem trazendo preocupações perante a safrinha de milho. “Algumas regiões em Goiás e Mato Grosso tem uma ausência de chuvas há muito tempo, uma estiagem pensando um pouco no desenvolvimento das lavouras. Como Goiás é um importante produtor de milho segunda safra, vemos uma situação um pouco mais delicada; o que também pressiona os preços aqui no mercado brasileiro”, ressalta Fabbri.
Nas cotações do mercado futuro referentes a segunda safrinha, os preços se aproximam dos “R$ 100,00 por saca novamente; então se confirmadas as expectativas negativas que mercado tem tido até o momento, a gente deve ver os preços ganhando força ao longo do segundo semestre. Com alguns pontos talvez de baixa, até pela entrada de primeira safra em curto prazo; mas de médio a longo prazo um viés mais autista mercado de milho”, frisa.