Milho

Maior disponibilidade do milho pressiona as cotações no Brasil

O principal motivador dessa alta foi o ataque de míssil russo à fronteira entre Ucrânia e Polônia, atingindo dois poloneses.

A demanda interna continua aquecida, porém o volume de oferta ainda é grande. Isso vem pressionando as cotações do mercado físico, que fechou a semana com leve desvalorização. Já Chicago fechou a semana valendo $6,67 por bushel (+1,52%) e o dólar com alta de 0,77%, valendo R$5,37. De acordo com o analista de mercado da Grão Direto, Ruan Sene, esse cenário torna a exportação mais atrativa.

O principal motivador dessa alta foi o ataque de míssil russo à fronteira entre Ucrânia e Polônia, atingindo dois poloneses. Dessa forma, a renovação do acordo de exportação de grãos entre Rússia e Ucrânia que, em tese, aumentaria a oferta do produto no mundo, não foi suficiente para mudar esse cenário.

Em relação à safra 2022/23 no Brasil, o plantio segue evoluindo, visto que em Minas Gerais o plantio avançou 52%. No estado, as regiões Noroeste e Alto Paranaíba recuperaram o atraso devido à baixa umidade do solo na semana anterior, seguindo Goiás, onde a semeadura já atingiu 61%. De acordo com o boletim publicado no dia 16/11 pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o plantio do milho já alcançou 53,9% no Brasil, apesar de estar lento, devido à priorização no cultivo da soja.

Exportações

Os embarques seguem aquecidos no Brasil, uma vez que, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), no seu boletim divulgado na segunda-feira (14/11), nos primeiros 8 dias úteis de novembro, o Brasil já exportou cerca de 96% do volume exportado em todo mês de novembro de 2021, que foi de 2,39 milhões de toneladas. A média diária de embarques teve uma elevação de 127,2%, ou seja, 286.076 toneladas em novembro de 2022 contra 125.922,2 no mesmo período de 2021. Caso se mantenha essa média diária durante todo mês, novembro tem possibilidade de superar 5,5 milhões de toneladas.

Mercado

O clima na América do Sul vai continuar sendo um fator muito importante diante da evolução do plantio no Brasil nesta semana. O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) projeta chuvas volumosas para Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Bahia e Espírito Santo. Por outro lado, as precipitações da última semana na Argentina não terão a mesma intensidade nesta semana, com exceção do norte do país, mantendo a preocupação com a continuidade do plantio do cereal, que está bastante atrasado.

O mercado interno deverá continuar comprando, fazendo concorrência para o mercado de exportação, que se encontra bastante atrativo nesse momento, principalmente pela valorização do dólar. Além disso, a continuidade do movimento de esvaziamento do estoque dos armazéns para fazer manutenções de suas estruturas, para começar a receber a safra 2022/23, ainda será um contrapeso nas cotações. As cotações brasileiras poderão ter uma leve valorização em relação à semana anterior, prevalecendo o movimento de demanda interna e externa no Brasil.

Fonte: Grão Direto