Colheita do Milho

Colheita chega a 8% no Rio Grande do Sul

Falta de chuva nos últimos 15 dias preocupa os produtores das regiões Noroeste e Sul do Estado

Colheita do milho na região de Santa Rosa.
Até o momento, 96% da área projetada com milho para a safra 2024/2025 foi semeada | Foto: Valmir Thume/EmaterRS-Ascar

A produção gaúcha de milho deve ser menor do que na anterior.  A colheita está no começo e atinge 8% das lavouras implantadas, de acordo com levantamento da Emater/RS-Ascar. Nas primeiras áreas colhidas em algumas regiões, há lavouras com excelentes resultados, e outras com menor produtividade.

A ausência de chuvas nos últimos 15 dias afeta, de maneira mais intensa, as lavouras de milho em estágio reprodutivo, assim como o plantio, impactado pela falta de umidade do solo. A falta de precipitação ocorre, principalmente, nas regiões Noroeste e Sul do Estado, que devem ter redução na produtividade do grão.

Até o momento, 96% da área projetada com milho para a safra 2024/2025 foi semeada, estando 17% em germinação e desenvolvimento vegetativo, 11% em floração, 30% em enchimento de grãos e 34% em maturação. “Devemos colher menos do que na safra anterior, mas acredito que 4 milhões, em torno de 4,5 milhões de toneladas a gente consiga colher no Estado”, estima o presidente da Associação dos Produtores de Milho do Rio Grande do Sul (Apromilho/RS), Ricardo Meneguetti.

Nesta safra, o Estado deve produzir 5,32 milhões de toneladas de milho, o que representa um aumento de 18,35% em relação ao ano passado, quando a produção foi de 4,5 milhões de toneladas, conforme a Emater/RS-Ascar. Porém, a área de produção, de 748.511 hectares, teve uma redução de 7,47% em relação aos 808,916 mil hectares plantados em 2023/2024. Parte dos agricultores decidiu apostar na soja, mas o enxugamento da área cultivada também é explicado pelo alto custo de produção, baixa margem de remuneração e recorrência de cigarrinha-do-milho. (Dalbulus maidis).

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, as condições climáticas seguem favoráveis para o desenvolvimento das lavouras de milho, que se encontram em diversas fases, desde a germinação até o enchimento de grãos, predominando as áreas em fases reprodutivas.

Nos Campos de Cima da Serra, onde se concentra 60% da área de milho destinada à produção de grãos, as lavouras estão em floração e enchimento de grãos. Em geral, a sanidade está adequada e o desenvolvimento das plantas, vigoroso, mantendo a expectativa de rendimento igual ou superior à do momento do plantio.

Na região de Erechim, 78% das áreas cultivadas com milho estão em fase de enchimento de grãos e 5% colhidas. A produtividade está dentro do esperado, em 9 mil quilos por hectare.

Já na região de Santa Rosa, 62% das lavouras de milho estão na condição de maduro, e 15% estão colhidos. A produtividade média atingiu 7.775 quilos por hectare, dentro do esperado, considerando as lavouras irrigadas, que estão com ótimo desenvolvimento. As atividades de colheita foram intensificadas durante os últimos dias, favorecidas pela manutenção das condições de clima seco. Caso o tempo seco persista, a produção média de milho na região deverá diminuir de forma significativa.

Brasil

A colheita da safra de verão 2024/2025 no Brasil de milho atingia 3,3% da área estimada de 3,512 milhões de hectares até a última sexta-feira, segundo levantamento da consultoria Safras & Mercado. No mesmo período do ano passado, a colheita atingia 1,1% da área estimada de 3,972 milhões de hectares da safra verão 2023/24. A média de colheita nos últimos cinco anos para o período é de 2,5%.