Milho

Caminhos para aumentar produção do milho são apresentados na Expodireto

Aumentar a área de produção do milho e trabalhar na busca da autossuficiência do grão no Estado, que necessita atualmente de mais de 1 milhão de toneladas para suprir a demanda interna.

As vantagens na utilização do milho no sistema de rotação de culturas, abriu o 13º Fórum Nacional do Milho, na tarde desta segunda-feira (7), durante a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque. Também foram abordadas técnicas de manejo que fazem a diferença na lavoura e as perspectivas de mercado do grão.

Com tema ‘Importância do milho no sistema de produção’, o professor do Instituto de Ciências Agronômicas (INCIA) Bernardo Tisot, destacou os resultados de trabalhos científicos no uso do cereal. “As vantagens que o milho traz para o sistema produtivo, isso está em função de sua agressividade radicular; na questão de doenças, principalmente as doenças necrotróficas que atingem a soja”, ou seja, “melhores resultados no combate a pragas, doenças e plantas daninhas”, ressalta.

Segundo Tisot, o grão contribui para o aumento da produtividade da soja e do trigo. “Porque existem raízes muito agressivas na cultura do milho que fazem com que tenhamos uma melhoria no sistema produtivo em função da questão de perfil do solo, levando nutrientes para as áreas mais subterrâneas e, com isso, a soja e o trigo recebem todas as vantagens e fazem com que o produtor tenha mais produtividade”, afirma.

Devido a sua eficiência na ciclagem de nutrientes o milho também é um excelente aliado das práticas de conservação do solo. “Temos uma grande chance, com o milho, de produzir mais utilizando um sistema equilibrado e principalmente mais sustentável”, explica.

Perfil de solo

O bom estabelecimento da lavoura é indispensável para obtenção de altas produtividades na cultura. Portanto, com tema ‘Lavouras de milho de alta estabilidade: como construir?’, o pesquisador da CCGL, Tiago Hörbe, enfatizou a importância de se construir o perfil de solo.

Para Hörbe cada planta é uma unidade de produção da lavoura, de modo que espaços falhos corresponderão a unidades da área sem produção; da mesma forma que plantas próximas umas das outras (duplas) competirão por luz, água e nutrientes, o que consequentemente comprometerá o seu potencial produtivo.

Portanto, é necessário definir alguns aspectos como densidade de plantas adequada a cultivar, época de semeadura, ambiente de produção, entre outros fatores. O pesquisador comentou sobre o impacto da semeadura no potencial produtivo das lavouras, tanto no plantio de sequeiro quanto no irrigado. “A irrigação é um mitigador de estiagem, mas os processos de agronomia vêm antes”, salienta.

Perspectiva do mercado de milho

De acordo com estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a expectativa de colheita é de 112,34 milhões de toneladas do cereal na safra 2021/22. Contudo, para o corretor Dirceu Thomásio, da JF Corretora o Brasil vem produzindo apenas metade do seu potencial para a cultura. “Nós temos capacidade de absorver todo o potencial de milho”, afirmou.

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia também foi abordado, já que em 2021/22 foram exportadas 33 milhões de toneladas de milho ucraniano. E o conflito entre os países pode impactar na oferta do grão, trazendo oportunidades a outros fornecedores. Diante do consumo interno e da demanda internacional pelo grão, hoje, “todo volume de milho que produzirmos terá liquidez”, frisou Thomásio.