As cotações do milho sofrem leve recuo, com o aumento da disponibilidade do cereal. “Viemos de um cenário de preços mais frouxos do mercado brasileiro puxado, principalmente, pelo aumento da disponibilidade cereal com o fim da colheita norte-americana”, informa o analista de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri.
Diferente da soja, o relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), trouxe uma revisão para cima na expectativa de produção de milho nos Estados Unidos. “Passando para 382,6 milhões de toneladas, quando as expectativas iniciais giravam em torno de 380 milhões de toneladas”, ressalta.
A Conab também revisou para cima a produção de primeira safra no Brasil, o que acabou tirando um pouco da sustentação dos preços do cereal. “Em Campinas, o preço chegou a R$ 86,00 a saca, um recuo de 3,4% nesse acumulado do mês”, aponta o especialista.
“Com relação aos estoques de passagem, um ponto de atenção pensando em curto prazo, que pode limitar a questão da baixa nos preços, apesar do aumento do cenário no mercado internacional de maior disponibilidade; assim como, o fim da isenção do PIS/Cofins para importação de milho. Esses fatores podem ajudar a tirar essa situação de baixa que a gente vem observando desde agosto”, explica.
Situação das lavouras
O plantio da primeira safra de milho segue com um bom ritmo. “75% da área esperada já está semeada, contra 70% até o final do mês de novembro, ou seja, cinco pontos percentuais acima”, pontua Fabbri.
No Rio Grande do Sul, o plantio atingiu 88% da área total. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS, 47% está em germinação e desenvolvimento vegetativo, 26% em floração, 26% em enchimento de grãos e 1% já em maturação.
Em Santa Catarina o ritmo do plantio também está acelerado, com mais de 80% da área já semeada. E no Paraná os trabalhos já encerraram, e 95% das lavouras estão em boas condições. “Só para a gente ter uma ideia de como que o clima está colaborando, no ano passado nesse período nós estávamos com 76% da área em boas condições”, frisa Fabbri.
“Esses três estados, em resumo, são os principais produtores do cereal; e são eles que vão acabar ditando o ritmo do mercado brasileiro de milho primeira safra”
Felipe Fabbri
Texto: Larissa Schäfer