Mercado do feijão

Mercado de feijão segue firme e preços atingem os maiores níveis desde abril

Segundo o Indicador Cepea/CNA, estoques reduzidos e demanda por lotes de qualidade impulsionam cotações

Foto de uma mão segurando um punhado de feijão.
Na Metade Sul do Paraná, o avanço foi ainda mais expressivo, de 13,83%, com o preço encerrando a R$ 150,86 por saca | Foto: CNA Brasil/Divulgação

Os preços do feijão preto e do carioca dispararam em várias regiões do país, entre os dias 19 e 26 de setembro, segundo o Indicador Cepea/CNA. Em algumas cidades, as cotações alcançaram os maiores níveis desde abril deste ano.

De acordo com a análise, a demanda por lotes de melhor qualidade, em um cenário de estoques mais limitados, somada à retração de vendedores, sustentou os movimentos de alta.

Confira o comportamento dos grãos:

Feijão preto (Tipo 1)

O destaque da semana foi o feijão preto, com fortes valorizações. Em Curitiba (PR), a saca de 60 quilos subiu de R$ 148,53 para R$ 163,82, resultando em uma alta de 10,29%. Na Metade Sul do Paraná, o avanço foi ainda mais expressivo, de 13,83%, com o preço encerrando a R$ 150,86 por saca.

Feijão carioca (notas 9 ou superior)

Após reposições de estoques pelas indústrias nas últimas semanas, compradores atuaram de forma mais cautelosa, avaliando o repasse ao atacado e ao varejo. Já os vendedores, diante da menor oferta de lotes de qualidade superior, mantêm parte da produção estocada em câmaras frias, aguardando novas valorizações.

Entre os dias 18 e 25 de setembro, as cotações voltaram aos maiores patamares desde maio e junho. Em Itapeva (SP), os preços avançaram 0,76%, com valor de R$ 279,54 a saca. No Centro/Noroeste Goiano, a alta foi de 3,32%, com a saca a R$ 253,09. Em Belo Horizonte (MG), a valorização chegou a 6,03%, com preço a R$ 263,75/sc.

Feijão carioca (notas 8 e 8,5)

Os lotes mais recentes, com coloração 8,5, registraram maior procura e preços elevados em mercados mais exigentes, enquanto os intermediários tiveram oferta mais restrita.

No Noroeste de Minas, a cotação atingiu R$ 237,93 por saca, avanço de 8,41% na semana, maior nível em cerca de um ano. Em Itapeva (SP), os preços permaneceram estáveis, mas ainda elevados, um total de R$ 240,73/sc, maior patamar desde abril. Na Metade Sul do Paraná, no entanto, houve queda de 6,73%, para R$ 197,86/sc, revertendo parte das altas recentes.

Para o assessor técnico da CNA, Tiago Pereira, a semeadura da 1ª safra 2025/2026 já está em andamento e deve alcançar 998,6 mil toneladas, queda de 6% frente à temporada passada, reflexo da redução de área e de produtividade.

Para as 2ª e 3ª safras, a Conab projeta crescimento, o que pode elevar a produção total do ciclo para 3,1 milhões de toneladas, ligeira alta de 0,8% sobre 2024/2025. Esse cenário reforça a importância de acompanhar de perto o avanço da safra, já que oscilações de clima e produtividade podem alterar o equilíbrio entre oferta e preços”.

Fonte: CNA Brasil