Chuvas

Produção de feijão segunda safra é afetada por chuvas no RS

Mais de 5,3 mil hectares não foram colhidos e registram perdas com a continuidade das chuvas

Foto de lavoura de feijão.
A área total de feijão segunda safra está estimada em 19,9 mil hectares | Foto: Emater/RS-Ascar /Arquivo

O Rio Grande do Sul passou por mais uma semana com recorrência de chuvas, o que continua atrasando a colheita dos grãos e reduzindo a produtividade. Entre as culturas afetadas, está o feijão segunda safra, cuja colheita chega a apenas 73% da área total de acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (30).

A área total de feijão segunda safra está estimada em 19,9 mil hectares. Entre os 5,3 mil hectares restantes, parte das lavouras não apresenta perspectivas viáveis de colheita devido ao prolongado período chuvoso. De acordo com o Informativo, essas condições favoreceram o surgimento de doenças e resultaram em severas perdas na área foliar. Além disso, na última semana, foi possível realizar a colheita das lavouras maduras no Noroeste do Estado, mas o produto colhido apresentou baixa qualidade, causada pelos grãos brotados e manchados.

Na região de Erechim, aproximadamente 40% dos 2,7 mil hectares cultivados foram abandonados em função das chuvas. Em Ijuí, as perdas variaram entre 40% e 50% em termos de qualidade e quantidade do produto colhido.

Em Santa Maria, a produtividade apurada ficou em apenas 989 kg/ha, enquanto a expectativa inicial era de 1.568 kg/ha. Na região, quase 20% dos 740 hectares cultivados não foram colhidos.

Em Soledade, 65% da área cultivada foi colhida antes das chuvas, com produtividade e qualidade normais. Após as chuvas, mais 10% das áreas foram colhidas, com perdas acima de 50% devido ao brotamento e à deterioração. A produtividade estimada foi reduzida de de 1.500 kg/ha para 1.100 kg/ha.

Soja

No caso da soja, a área colhida avançou de 91% para 94% do total. As áreas remanescentes de soja localizam-se predominantemente na metade sul do Estado, onde não foi possível colher na última semana devido às chuvas.

Na Região da Campanha, alguns produtores conseguiram acessar as lavouras. “Esses produtores enfrentaram imensas dificuldades devido à alta umidade dos grãos e à presença de grãos avariados, que causam obstrução nas máquinas colhedoras. Além disso, a estatura das plantas está baixa em decorrência do excesso de chuvas durante o período de desenvolvimento vegetativo, o que provoca a fixação de vagens muito próximas ao solo”, relata a Emater/RS-Ascar. Com isso, há perdas significativas, além dos danos por debulha natural, germinação nas vagens e apodrecimento dos grãos.

Em diversas regiões do estado, produtores estão abandonando áreas diante da dificuldade de acessar as áreas e pela deterioração dos grãos. Na região de Caxias do Sul, cerca de 20 mil hectares não foram colhidos, o que representa cerca de 10% da área cultivada na região. Esses grãos estão totalmente deteriorados, portanto a colheita é considerada inviável e a Emater/RS-Ascar já considera que safra na região está concluída com rendimento médio de 3.459 kg/ha.

Milho

A colheita do milho evoluiu apenas um ponto percentual, chegando a 93%. Os grãos não atingem a maturação nem o teor de umidade necessários para a colheita. Nas regiões da Serra, Campos de Cima da Serra, Central e Campanha, ocorreram danos qualitativos expressivos, que praticamente inviabilizam o uso e a comercialização dos grãos colhidos devido às ocorrências de fungos, micotoxinas e germinação na espiga.

Na região de Pelotas, apenas 40% da área foi colhida e expectativa de produtividade reduziu consideravelmente para 2.578 kg/ha, mas o Infomativo ressalta que é provável que reduza ainda mais, considerando os impactos das chuvas que seguem ocorrendo.

Arroz

A colheita de arroz se aproxima da conclusão, conforme o Informativo Conjuntural. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, restam cerca de 9 mil hectares a serem colhidos, incluindo algumas áreas com possíveis perdas totais. Em Soledade, estima-se que 30% da área cultivada não foi colhida e muitos produtores consideram abandonar as lavouras devido às elevadas perdas e à inviabilidade de colheita. Nas lavouras colhidas após as chuvas,muitas inundadas, os grãos apresentaram coloração amarela e baixa qualidade comercial.
Com informações da Emater/RS-Ascar