O cultivo da soja em áreas de várzea tem aumentado nos últimos anos no Rio Grande do Sul como alternativa de rotação com a cultura do arroz irrigado. Neste cenário, o estresse hídrico preocupa os produtores.
A propriedade da família Brendler plantou neste ano 780 hectares (ha) de soja e 540 ha de arroz em Cachoeira do Sul, e também enfrenta desafios por conta da estiagem. “Nós estamos fazendo a nossa parte, mas a gente depende do clima; então se tem estresse hídrico a gente não tem como irrigar nossa soja. A planta acaba sofrendo muito com essa falta de água. […] Então nosso maior desafio mesmo na cultura da soja é o clima”, explica a engenheira agrônoma, Isabeli W. Brendler.
Apesar da cultura da soja ter um bom início de safra neste ano, a propriedade sofre com a falta chuvas generalizadas. “Nem um talhão nosso, nem uma lavoura de soja nossa, recebeu uma chuva maior do que 25 milímetros (mm). A maior que teve foi de 25 mm, todas as outras foram na base de 10 mm a 15 mm”, ressalta a agrônoma.
Manejo da soja
O clima adverso também não colabora com o manejo fitossanitário da soja. “Essa planta não vai estar protegida, então a gente vai ter que correr contra o tempo para conseguir fazer aplicação em tudo, e proteger todas essas nossas plantas; e, principalmente, pegar o terço inferior para cima”, informa.
Devido ao clima seco, Brendler considera a safra atual parecida com a safra passada, por isso é esperada uma menor pressão de ferrugem asiática. “Na safra anterior a gente não teve ferrugem asiática aqui na nossa lavoura. Nossas lavouras estavam com uma sanidade muito boa na safra passada e essa safra está sendo muito parecida com a safra passada. A gente espera que a chuva que teve um ano atrás volte a ter agora também, daí a gente vai ter uma boa colheita. Mas, doença a gente tem que sempre estar de olho no monitoramento, acompanhando a previsão do tempo e estando na lavoura”, frisa.
No entanto, pragas como percevejo, ácaro, tripes e lagartas necessitam de maior atenção. “Esse ano está muito tranquilo, tivemos depois de uma chuva a ocorrência de percevejo; e então fizemos a aplicação para percevejo, lagarta e tripes tudo junto em um mesmo produto. E agora ficar de olho para depois da chuva, que é aí as pragas vão aparecer”, salienta a agrônoma.
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