Indubitavelmente, a Embrapa, no Brasil, e o INTA, na Argentina, deram grandes contribuições à agricultura de seus respectivos países. Fundadas a primeira em 1973 e a segunda em 1956, enfrentam as duas instituições os desafios de se adequarem ao seu papel na moderna agricultura da qual foram importantes protagonistas.
Com a introdução da Lei de Proteção de Cultivares (LPC), a criação de cultivares das espécies que geram lucro passou a ser dominado pela iniciativa privada. No mesmo caminho foi a área das criações biotecnológicas e onde também estão hoje as aplicações digitais. O conhecimento antes bastante difundido pelas instituições de pesquisa foi ampliado e até certo ponto globalizado pela Internet.
O desgaste decorrente do envelhecimento traz consequências contra as quais as instituições, assim como as pessoas, deveriam se prevenir.
No Brasil, a Embrapa enfrenta limitação orçamentária, redução no quadro de pessoal e, na minha opinião, necessidade de se reinventar para adequação às novas realidades. Na Argentina, o governo desencadeou um programa de reestruturação do INTA. Apesar da intenção de aumentar a participação público/privada, a proposta do governo está mais focada em redução da área física da instituição, do número de funcionários (6.852) e do orçamento (US$ 250 milhões). Certamente, na época atual, 116.00ha de campo ultrapassam as necessidades da pesquisa.
No noticiário sobre a reforma proposta, nada transparece quanto a estratégias para o futuro. Com certeza as duas instituições, precisam se adequar ao cenário que não é mais o mesmo para o qual foram projetadas mas isso precisa ser feito com muito discernimento. A chama que iluminou o desenvolvimento da agricultura nesses dois países precisa ser mantida acesa.
Opinião
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