As condições de intenso calor, somadas às escassas e mal distribuídas chuvas no Paraná, especialmente após a metade de dezembro, resultaram na redução da estimativa da safra 2023/24. A Previsão Subjetiva de Safra (PSS), divulgada pelo Departamento de Economia Rural (Deral) nesta quinta-feira (25), é de 22,1 milhões de toneladas, representando uma redução de 15% em relação aos 25,5 milhões estimados na primeira projeção de plantio feita em agosto de 2023.
A cultura mais afetada por essas condições é a soja, que teve uma revisão para baixo tanto em área quanto em produção. A intenção inicial dos produtores paranaenses era semear 5,8 milhões de hectares, mas a área fechou pouco acima de 5,7 milhões, representando uma redução de 0,5%. Em termos de produção, passou de 21,8 milhões de toneladas potenciais para 19,2 milhões de toneladas, uma queda significativa de 11,9%.
O secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento destacou que a situação já estava sendo prevista, com órgãos como o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos e a Conab alertando sobre as perdas. A expectativa é de que as próximas avaliações continuem reduzindo as perspectivas da safra brasileira e mundial.
A redução na produção de soja terá impactos na economia do Estado e do País, estimando-se que o valor que deixará de ser transacionado gire em torno de R$ 5 bilhões. Apesar das perdas locais e nacionais, a expectativa de produção mundial ainda é positiva, com o último relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos apontando uma produção de 399 milhões de toneladas.
O milho de primeira safra no Paraná também sofreu com as condições climáticas adversas. A previsão inicial de 2,9 milhões de toneladas, proveniente de um plantio em 309 mil hectares, foi reduzida para 2,6 milhões de toneladas, representando uma queda de 10,3%. A área plantada também foi ajustada para 291,5 mil hectares, 5,6% menor.
Quanto ao feijão de primeira safra, essencial na safra de verão paranaense, a estimativa foi rebaixada em 28% em relação ao potencial inicial. Em agosto de 2023, projetava-se colher 216 mil toneladas, mas agora a previsão é de 156,4 mil toneladas, mantendo a área em torno de 113 mil hectares. Apesar disso, a safra tem uma tendência de apresentar bons preços.
O arroz irrigado, cultivado especialmente no Noroeste do Estado, teve sua projeção inicial de 152 mil toneladas em 19 mil hectares reduzida para 115 mil toneladas em 18 mil hectares devido às chuvas de outubro e novembro de 2023, que inundaram parte das lavouras.
No cenário das olerícolas, a batata, tomate e cebola foram afetados. A primeira safra da batata, semeada em 14,5 mil hectares, teve cerca de 86% da área colhida, mas apenas dois terços são considerados de boa qualidade para o comércio, devido às condições climáticas. O tomate de primeira safra, plantado em 2,4 mil hectares, já está 70% colhido, com produtividade ligeiramente abaixo do previsto. A cebola encerrou seu ciclo com uma produção de 94,4 mil toneladas em 2,7 mil hectares, com boa produtividade, mas perdeu em qualidade devido às condições climáticas. Cerca de 80% do que foi colhido já está comercializado, e a segunda safra de cebola ocorre apenas no segundo semestre no Paraná.
As informações são do Deral.