Estimativa

Abiove reduz previsão de safra de soja do Brasil e já não vê mais recorde

O corte indica os efeitos do calor e das chuvas insuficientes para algumas regiões produtoras, como as lavouras de Mato Grosso

Colheita da soja
Foto: Leonardo Wink -Destaque Rural

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) divulgou, na segunda-feira, 5, uma revisão da estimativa da produção de soja do Brasil para o ano de 2024. De acordo com o levantamento, a produção foi ajustada para 156,1 milhões de toneladas, representando uma redução de pouco mais de 4 milhões de toneladas em relação à previsão anterior, divulgada em dezembro.

Os dados revelam que o calor intenso e a escassez de chuvas afetaram algumas regiões produtoras, principalmente as lavouras de Mato Grosso, refletindo-se na diminuição da produção. Com esse corte, a expectativa de um recorde produtivo foi descartada, e a safra de soja do país deve registrar uma queda de 1,6% em comparação com a temporada anterior.

A Abiove revisou também as projeções de exportação, reduzindo-as para 98,1 milhões de toneladas, frente aos 99,3 milhões de toneladas estimados anteriormente. Essa revisão implica em um recuo de 3,7% nas exportações em relação ao recorde alcançado no ano anterior.

Apesar de as consultorias privadas indicarem números ainda mais baixos, como os 150,35 milhões de toneladas da StoneX e os 148,55 milhões de toneladas da Datagro, a Abiove mantém uma posição relativamente otimista.

O processamento de soja no país para 2024 foi mantido em 54,5 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais foram reduzidos para 5,685 milhões de toneladas, frente aos 9,27 milhões estimados anteriormente.

Essas revisões refletem os desafios enfrentados pelo setor diante das condições climáticas adversas, destacando a importância da adaptação e da gestão cuidadosa dos recursos para enfrentar as variações climáticas.