A 7ª Abertura Oficial da Colheita da Noz-Pecã no Rio Grande do Sul será realizada nesta sexta-feira (11), em Glorinha, na empresa Nozes Glorinha. Com 10,5 mil hectares em produção, envolvendo cerca de 2 mil produtores, o Estado desponta como principal polo nacional da nogueira-pecã, respondendo por mais de 80% da produção brasileira.
Os pomares, distribuídos em diferentes regiões do Estado, são resultado de investimentos de médio e longo prazo e refletem a confiança dos agricultores no potencial produtivo, econômico e ambiental da espécie Carya illinoinensis. Além disso, o RS sedia mais de 90% da indústria de beneficiamento, recebendo a produção gaúcha, catarinense e paranaense.
Em 2023, a colheita gaúcha ficou próxima a 5 mil toneladas. Em 2024, a cultura foi muito prejudicada pelas enchentes de abril e maio, logo depois da abertura oficial da colheita, em Anta Gorda. E, neste ano, a ameaça vem do forte calor e da prolongada estiagem provocada pelo fenômeno climático La Niña, que reduz as precipitações na Região Sul. Estimativas do IBPecan indicam retração de até 40% na safra, com expectativa de colheita entre 4 mil e 5 mil toneladas.
Nesse contexto, são fundamentais políticas públicas e ações técnicas voltadas à resiliência dos sistemas produtivos. A adoção de práticas de manejo conservacionista do solo, implantação de sistemas de irrigação eficientes e o uso de tecnologias para mitigação de riscos climáticos são apontados como medidas prioritárias para assegurar a sustentabilidade e a estabilidade produtiva da pecanicultura no Estado.
Coordenado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Emater/RS-Ascar, Embrapa Clima Temperado e Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), o evento representa mais do que um marco no calendário agrícola estadual. Trata-se da materialização do fortalecimento e da crescente organização de uma cadeia produtiva estratégica para a diversificação de renda da agricultura familiar e para o desenvolvimento rural sustentável.