A 12ª edição da Abertura Oficial da Colheita do Milho do Estado do Rio Grande do Sul será realizada nesta quinta-feira(23), na Granja Busnello, localizada no município de Paulo Bento, no Alto Uruguai. A programação acontece no turno da manhã a partir das 7h30min. A abertura oficial está prevista para as 10h30min.
A família de Belcezar Busnello, anfitriã desta edição, está comprometida em organizar o espaço para acolher produtores de toda a região Norte do Estado, bem como autoridades políticas e lideranças do agronegócio gaúcho. Eles cultivam soja, milho, trigo, aveia e cevada.
“Nós estamos muito honrados em receber esta edição da Colheita do Milho, um fato inédito para a região Norte gaúcha e mais ainda para Paulo Bento, um município pequeno, perto de Erechim, mas muito bem estruturado”, afirma o filho de Belcezar e produtor rural Delciomar Busnello. Segundo ele, a área cultivada com milho na propriedade passou de 70 para 130 hectares na safra 2024/2025, com expectativa de colher 200 sacas por hectare.
A cultura é uma ótima opção técnica para rotação de culturas com a soja por deixar grandes volumes de palhada proporcionando uma maior proteção ao solo nos períodos de pós-colheita, segundo Hass. “O milho é a cultura que melhor responde ao uso da irrigação com possibilidade de os rendimentos chegarem a ser 60 a 80% maior, quando comparado a lavouras sem utilização de irrigação”, destaca.
Programação
O evento terá visitações a estandes e palestras técnicas sobre a produção do grão no Rio Grande do Sul. A programação inicia às 8h45min, com uma palestra do pesquisador Geovani Faé, da Embrapa Trigo, de Passo Fundo. Às 9h45min será a vez do economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz. O ato oficial da abertura da colheita do milho será às 10h30min, e, às 11h, ocorrem os pronunciamentos oficiais.
De acordo com a Emater/RS-Ascar, o milho é cultivado em 487 dos 497 municípios gaúchos, com uma ampla janela de semeadura que se estende do mês de agosto a janeiro. “A produção de milho no Rio Grande do Sul é de extrema importância, tanto para a alimentação humana, quanto para a alimentação animal. As cadeias produtivas das aves, suínos e outros animais utilizam o cereal, principalmente na forma de ração [70% da ração é milho], sendo que o setor leiteiro usa a planta, preferencialmente, na forma de silagem”, destaca Valdomiro Haas, analista agropecuário e florestal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e assessor da Câmara Setorial do Milho.
O cultivo do milho no Estado é, em geral, consorciado com a cultura da soja, entre outras culturas, e é possível obter o produto por meio de mais de uma safra anual. Nesta safra, o Estado deve produzir 5,32 milhões de toneladas de milho, o que representa um aumento de 18,35% em relação ao ano passado, quando a produção foi de 4,5 milhões de toneladas, conforme dados da Emater/RS-Ascar.
Porém, a área de produção, de 748.511 hectares, teve uma redução de 7,47% em relação aos 808,916 mil hectares plantados em 2023/2024. O enxugamento da área cultivada em relação à safra anterior é explicado pelo alto custo de produção, baixa margem de remuneração e recorrência de cigarrinha-do-milho. (Dalbulus maidis).
A cultura do milho está em plena colheita no Estado. Em algumas regiões as primeiras áreas colhidas apresentam excelentes resultados, segundo a Emater/RS-Ascar. Já foram colhidos 16% da área total estimada, 31% da cultura está em fase de maturação, 30% em enchimento de grãos, 11% floração e 12% em germinação e desenvolvimento vegetativo. A ausência de chuvas afeta as lavouras em estágio reprodutivo de maneira mais intensa e o plantio está impactado pela reduzida umidade do solo.