Abertura de Mercado

Rio Grande do Sul comemora autorização para exportar noz-pecã para a China

A China aprovou os requisitos sanitários e de quarentena relacionados à qualidade da noz-pecã brasileira

Foto de noz-pecã em árvores.
O Brasil produz entre cinco e sete mil toneladas por ano | Foto: Fernando Dias/Seapi

A China aprovou os requisitos sanitários e de quarentena relacionados à qualidade da noz-pecã brasileira. O protocolo entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a Administração-Geral das Alfândegas da República Popular da China (GACC) foi assinado em Pequim, na quinta-feira (06), durante a missão do governo federal ao país asiático. A notícia de que, a partir de agora, o Brasil poderá exportar noz-pecã para a China movimentou o setor produtivo da cultura também no Rio Grande do Sul.

As negociações para a exportação do produto tiveram início há cinco anos, com as demandas da Câmara Setorial da Noz-Pecã e do Programa Estadual de Desenvolvimento da Pecanicultura (Pró-Pecã) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), do Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), entre outras instituições. O protocolo assinado ainda será avaliado para conhecer os termos do acordo e as exigências para a exportação, para saber se o documento atende a produção gaúcha.

Para o chefe da Divisão Agropecuária do Departamento de Governança dos Sistemas Produtivos (DGSP/Seapi), Paulo Lipp, esse anúncio é de extrema importância para a pecanicultura do Rio Grande do Sul. “Ele abre mercado para o maior comprador de noz-pecã do mundo, que é a China, e é um pleito de cinco anos que vinha sendo tratado na Câmara Setorial da Secretaria da Agricultura. Mas a interlocução com o Mapa e o IBPecan foram fundamentais para a conquista”, afirmou.

Para o coordenador da Câmara Setorial da Noz-Pecã da Seapi, Jaceguáy Barros, esse avanço da abertura do mercado chinês é um marco para o desenvolvimento da pecanicultura no Rio Grande do Sul. “No Brasil, produzimos entre cinco e sete mil toneladas por ano e, com essa notícia, tenho certeza de que esse número vai aumentar significativamente nos próximos anos, para algo acima de 14 mil toneladas por ano”, acredita Barros. “Já temos uma área de pomar em produção e outra área de pomares mais novos que vão entrar em produção”.

Quanto ao mercado interno, Barros crê que vem crescendo graças às ações de várias entidades, associações de produtores, indústrias e instituições de pesquisa. “Todo esse trabalho da indústria de distribuir mais amplamente dentro do mercado brasileiro é um crescimento, mas não o suficiente para absorver totalmente a nossa produção. Daí a importância das exportações. Elas darão uma garantia de sustentabilidade financeira ao setor, o que é muito importante para a economia do Estado e do país”.

Segundo Barros, agora há a necessidade urgente de melhorar os métodos de produção para obter um produto cada vez com mais qualidade. “Isso é fundamental para mantermos essa abertura de exportação. Nesse sentido é importante o trabalho das instituições de pesquisa, dos técnicos que atuam junto aos pomares e da coordenação do desenvolvimento tecnológico de meios de produção também”, destaca. “E também seria bom se pudéssemos importar algumas máquinas e equipamentos que não existem no Brasil, para que possamos melhorar o desempenho dos nossos pomares e do nosso produto”.

Por sua vez, o presidente do IBPecan, Eduardo Basso, disse que a abertura do mercado chinês para a noz-pecã brasileira é um grande avanço e que o acordo vai permitir que metade da produção brasileira de noz-pecã seja exportada para a China. “O país asiático compra sozinha cerca de 20% da produção mundial de noz-pecã, e isso vai nos permitir participar desse grande mercado. É uma notícia muito importante para os produtores nesse momento de tragédia climática, que traz alegria e esperança”, afirma Basso.

Conforme ele, a produção mundial de noz-pecã é estimada em 320 mil toneladas por ano, e o Brasil, em 2023, produziu cerca de sete mil, o que equivale a 2,2 %. A China importa aproximadamente 45 mil toneladas por ano, abastecida pelo México, Estados Unidos e África do Sul.

Fonte: Seapi