Mercado

Exportações de soja devem cair 43% em maio, com desaceleração nas importações pela China

Desaceleração nas importações de soja pela China, afetam embarques brasileiros da oleaginosa.

No acumulado dos cinco primeiros meses de 2022, devem ser exportados 43 milhões de toneladas de soja, uma queda de 14,5% frente ao ano passado (50 milhões de toneladas). “A expectativa é que o Brasil exporte menos esse ano, com relação a soja, porque a China deve desacelerar as suas importações e isso reflete diretamente no volume aqui no Brasil”, explica o analista de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri.

Em maio os embarques de soja do Brasil, maior produtor e exportador do grão, devem alcançar cerca de 8 milhões de toneladas, o que representa 43% a menos do que foi exportado em maio de 2021 (14,2 milhões de toneladas). A estimativa da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) leva em consideração a programação de navios.

De acordo com Fabbri, a China tem ano a ano aumentado os seus estoques de soja. “Quando a gente pega 2021, nós tivemos exportações recordes de soja, então é natural essa movimentação”, frisa.

Neste ano as exportações da oleaginosa começaram mais fortes em comparação com o ano passado. Entretanto, conforme as perdas na cultura em decorrência da estiagem ficaram mais evidentes, os embarques começaram a cair em março. “Até o mês de março, a gente vinha com um ritmo de exportação de soja bem interessante dentro da normalidade, até por conta do plantio dentro da janela ideal e da colheita também dentro da janela legal, então agora já vemos o comprador chinês um pouco mais desacelerado”, informa Fabbri.

Em abril, os embarques recuaram mais de 4 milhões de toneladas frente a 2021, ano que somou um recorde de 15,67 milhões de toneladas. “No ano passado esse movimento de abril foi quando começamos a sentir um pouco mais a presença de soja no mercado brasileiro; a gente teve aquele atraso com relação a plantio e colheita, o que foi diferente neste ano, que foi um fluxo mais dentro de uma janela ideal”, explica.

Para o restante do ano a expectativa é de um cenário mais comedido do que foi no ano passado. “Por conta até dos problemas logísticos na China, com Xangai fechado e vários problemas com relação a desembarque de cargas no país de modo geral, então também tem influenciado nos embarques”, salienta.

Outras commodities

Para o milho, a Anec projeta exportação de 737,5 mil toneladas em maio, enquanto no mesmo período do ano passado não houve registrados de embarques.

Já para o farelo de soja a estimativa é de 1,68 milhão de toneladas exportadas pelo Brasil em maio, número semelhante ao embarcado em maio de 2021 (1,7 milhão de toneladas).