Pecuária

Mercado de sementes de soja cresceu 40% na safra 2020/21

O mercado de sementes de soja cresceu 40% na safra 2020/21, atingindo R$ 15,593 bilhões. Esse resultado demonstra que a adoção de biotecnologias pelo produtor está consolidada, conforme a Spark Inteligência Estratégica, responsável pelo levantamento. A avaliação é de que o aumento foi impulsionado pelo surgimento de novos recursos do gênero. Conforme a Spark, sementes com ‘Bt’, por exemplo, chegaram a 81% das áreas cultivadas, e as RRs a 99%.

Na safra 2014/15, as sementes Bt ocupavam 6 milhões de hectares ou 20% da área plantada. A adoção dessas tecnologias aumentou 400% e preencheu 30,6 milhões de hectares na última safra, segundo a pesquisa.

“Antes da soja Bt, o complexo de lagartas consistia na principal preocupação do produtor no tocante a pragas. A biotecnologia converteu-se, rapidamente, num pilar estratégico para o manejo de pragas como lagarta-da-soja, lagarta falsa-medideira, lagarta-das-maçãs e broca-das-axilas”, explica coordenador de projetos da Spark, Lucas Alves.

De acordo com o especialista, o avanço da soja Bt possibilitou ainda a diminuição do emprego de defensivos agrícolas para lagartas. “Lagartas da soja demandaram 64% da movimentação de inseticidas foliares na safra 2014-15, cerca de US$ 1,3 bilhão. Hoje, estes produtos equivalem a 28% do segmento (US$ 422 milhões).”

As sementes do tipo RR também avançam em ritmo acelerado, com adoção de mais de 90% nas últimas sete safras e ocupando 99% dos cultivos no ciclo 2020-21.

Para Alves, as biotecnologias que têm chegado ao mercado ampliam o espectro de controle de lagartas e flexibilizam a utilização de herbicidas diferentes. Sendo assim, esses avanços tecnológicos contribuíram, diretamente, para o aumento da produtividade média da soja brasileira, que era de 49 sacas por hectare no período 2014-15 e saltou 20%, para 59 sacas por hectare, na última safra. Ainda segundo Alves, a área plantada com a oleaginosa cresceu 5%, para 38 milhões de hectares, contra 35,9 milhões de hectares da safra 2019-20.

Entre os maiores produtores da safra 2020-21, o Mato Grosso permanece na dianteira com 10 milhões de hectares ou 27% da área plantada. Segundo no ranking, o Rio Grande do Sul respondeu por 16% ou 5,9 milhões de hectares, seguido do Paraná: 15% ou 5,6 milhões de hectares. Goiás e Mato Grosso do Sul cultivaram 3,7 milhões de hectares e 3,1 milhões de hectares, dados equivalentes a 10% e 8% do total semeado, respectivamente.

De acordo com a direção da Spark, o levantamento BIP Soja 2020-21 é resultante de entrevistas envolvendo quase 4 mil agricultores das principais regiões produtoras.

Com informações da Spark Inteligência Estratégica