Leite

Ainda em alta, custos seguem pressionando as margens da atividade leiteira

Em 2022, os custos de produção já acumulam alta de 2,39%.

O COE (Custo Operacional Efetivo) da pecuária leiteira registrou novo avanço em fevereiro, de 0,76% na “Média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP). Assim, em 2022, os custos de produção já acumulam alta de 2,39%, contexto que segue pressionando a margem da atividade leiteira nacional.

Os grupos de custos que mais pesaram sobre os custos no segundo mês do ano foram os de “sementes forrageiras”, com elevação de 2,69%, de “suplementos mineiras” (+1,58%), de “adubos e corretivos” (+1,34%) e os de “concentrados” (+0,87%). Dentre os estados acompanhados pelo Cepea, os maiores incrementos nos custos foram registrados em São Paulo (de 3,42%) e no Rio Grande do Sul (de 2,39%).

Para os suplementos minerais, que podem representar até 4% dos custos de produção das propriedades leiteiras, os aumentos sucessivos nos preços dos fretes e dos fosfatos continuam sendo os responsáveis pelos reajustes nas cotações do insumo nas casas agropecuárias. Nos estados pesquisados, a Bahia apresentou maior valorização da suplementação mineral, com alta de 8,65%, seguido por Santa Catarina, com elevação de 5,53%, e pelo Paraná, com aumento de 2,13%.

Os adubos e corretivos tiveram valorização de 1,34% em fevereiro na “Média Brasil”, destaque para as bacias leiteiras dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde os ajustes foram de expressivos 11,62% e 9,82%, respectivamente. A alta generalizada dos fertilizantes é resultado da contínua restrição de oferta das matérias-primas essenciais (como potássio, fosfato e ureia). Após o início da invasão militar russa na Ucrânia e as severas restrições econômicas impostas à Rússia, parte dos colaboradores suspendeu suas listas de preços para esses insumos.

Para os concentrados a alta observada na “Média Brasil” foi de 0,87% em fevereiro, impulsionada sobretudo pelo movimento observado em São Paulo. A instabilidade mundial, devido ao recente conflito, fez com que os preços internacionais dos grãos se elevassem em 2022, apesar dos avanços na colheita da safra brasileira. De janeiro para fevereiro, o valor médio da saca de soja avançou 8,5% (Indicador ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá/PR) e o do milho, 0,8% (Indicador ESALQ/ BM&FBovespa, Campinas/SP).

Fonte: Cepea