Em visita à Shiraz, no Sul do Irã, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, ressaltou hoje (17) o potencial para que Brasil e Irã estreitem ainda mais suas relações bilaterais no campo agroalimentar. Em um evento realizado pela Câmara de Comércio de Shiraz, a ministra ouviu empresários iranianos interessados em fazer negócios com o Brasil; e destacou que o país tem interesse em aumentar as exportações e, ao mesmo tempo, comprar fertilizantes iranianos.
Tereza Cristina lembrou que o Irã importa de outros parceiros comerciais quantidades consideráveis de produtos nos quais o Brasil é altamente competitivo; como arroz, açúcar e algodão, e ressaltou a necessidade de diversificar a pauta de exportação.
“Estamos diante de uma oportunidade ímpar para ampliar ainda mais esse nosso comércio agrícola. De um lado, contamos com a eficácia da produtividade brasileira para continuar a contribuir com a segurança alimentar iraniana. Não devemos apenas exportar mais, mas também diversificar nossa pauta. Pelo outro lado, tencionamos importar mais fertilizantes iranianos, assim como fomentar outros produtos já apreciados pelos brasileiros; como nozes e castanhas, uvas secas, frutas conservadas e açafrão”, disse.
O Embaixador do Brasil no Irã, Laudemar Gonçalves Neto, disse que os empresários iranianos devem intensificar as visitas ao Brasil para o intercâmbio de informações e realização de negócios; principalmente na participação de feiras do agronegócio.
Contudo, a possibilidade de acordos de cooperação técnica entre os dois países também foi lembrada por Tereza Cristina. “Hoje o Brasil é um grande exportador de vários produtos e isso não foi por acaso, foi graças à ciência, à tecnologia, e à Embrapa, que passou todos esses anos pesquisando uma agricultura tropical. Com certeza, poderemos caminhar para a cooperação técnica, para que não fiquemos só na área comercial entre os dois países”, disse a ministra.
Petroquímica
Na tarde de hoje, a ministra visitou a Shiraz Petrochemical Company, uma das maiores produtoras de ureia do país. O interesse do Brasil é aumentar a oferta do fertilizante, essencial para a atividade agrícola no país.
“Temos muitas complementaridades entre os nossos países. Vocês têm a ureia que nós tanto precisamos lá no nosso país para poder produzir e nós podemos mandar para cá produtos que vocês produzem menos, como soja e milho”, destacou a ministra.
A produção anual de ureia do Irã é de cerca de 5 milhões de toneladas. Cerca de metade é vendida no mercado interno e o excedente é exportado.
A agenda da ministra no Irã continua nesta sexta-feira e sábado, com previsão de encontros com empresários e representantes do governo local.
Fonte: Mapa