Médias de chuvas

Mês de outubro registra chuvas abaixo da média

Informações estão no Comunicado Agrometeorológico 93 da Seapi

O total de chuva variou entre 50 e 150 mm, especialmente na região central do estado | Foto: Fernando Dias/Ascom Seapi
O total de chuva variou entre 50 e 150 mm, especialmente na região central do estado | Foto: Fernando Dias/Ascom Seapi

O mês de outubro, segundo o Comunicado Agrometeorológico nº 93, se caracterizou pelas chuvas abaixo da média no estado. O Comunicado é uma publicação mensal da equipe do Laboratório de Agrometeorologia e Climatologia Agrícola (LACA) do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

O total de chuva variou entre 50 e 150 mm, especialmente na região central do estado. No extremo sul, no entanto, os valores foram inferiores e variaram entre 30 e 50mm. Por sua vez, na porção norte, os totais mensais variaram entre 150 e 300 mm. Os menores valores foram registrados na região da Campanha e Fronteira Oeste, enquanto os maiores totais mensais ocorreram em áreas da divisa com Santa Catarina, no Litoral Norte e também na região Metropolitana de Porto Alegre e no Alto Uruguai.

De acordo com o Comunicado, “na comparação com a normal climatológica padrão (1991-2020), a precipitação pluvial de outubro ficou abaixo da média em praticamente todo estado, com desvios negativos entre -25 e -100 mm, com áreas pontuais com desvios até -150 mm”.

No mês de outubro, as temperaturas médias do ar ficaram entre 14°C e 20°C na maior parte do RS, configurando um padrão próximo da normalidade. Os valores mais elevados concentraram-se na porção noroeste e oeste, onde ocorreram áreas com médias próximas de 18°C a 22°C enquanto as menores médias ocorreram na região da Campanha, Serra e Campos de Cima da Serra, com valores variando entre 14°C e 16°C. Não houve registro de geadas durante o mês de outubro.

Culturas

A redução na disponibilidade hídrica no mês de outubro não chegou a trazer prejuízos ao crescimento e desenvolvimento das plantas na maioria das lavouras estabelecidas no estado. De modo geral, as condições de tempo seco foram favoráveis ao avanço da colheita das culturas de inverno, que vem apresentando bons rendimentos, e também para a semeadura do arroz, especialmente nas áreas que vinham apresentando atraso de semeadura em decorrência do excesso de chuvas do início da primavera. Para a cultura da soja, a semeadura avançou lentamente, tanto pela menor disponibilidade de umidade no solo em algumas regiões, quanto pela estratégia recomendada que é de escalonamento da semeadura para redução do risco climático. Em função das temperaturas do ar amenas observou-se redução na velocidade de germinação e emergência da soja em algumas áreas

As condições meteorológicas de outubro, de modo geral, foram favoráveis ao desenvolvimento das frutíferas na maior parte do Estado, especialmente as de clima temperado como videiras, pessegueiros, ameixeiras, kiwizeiros e caquizeiros, para as quais as expectativas são de boa safra, dada as condições registradas até o momento. No entanto, a ocorrência de dias com temperaturas mais baixas, no mês de outubro, pode ter prejudicado as frutíferas de clima tropical, como melancia e melão, que apresentaram em algumas regiões, desenvolvimento inadequado.

Prognóstico climático

O Comunicado indica também que as chuvas devem variar de normal a ligeiramente abaixo da média na maioria das regiões do Rio Grande do Sul nos meses de novembro e dezembro de 2025. O mês com maiores desvios negativos de precipitação pluvial deverá ser dezembro, especialmente na metade sul e no oeste do Estado. As temperaturas do ar sobem gradativamente, devendo ter anomalias mais positivas em dezembro. Os dados dos prognósticos são do Boletim Copaaergs.

O prognóstico de La Niña para essa safra, mesmo fraco e de curta duração, deve ser considerado como um sinal de atenção pelos produtores, pois deficiências hídricas podem ocorrer, mas não como uma tragédia anunciada. Condições de estiagens, recorrentes no Rio Grande do Sul, devem ser enfrentadas com planejamento e cuidados contínuos, especialmente com a adoção de estratégias de redução do risco climático como zoneamentos agrícolas, escalonamento de épocas de semeadura e seguro agrícola”, afirma a engenheira agrônoma e pesquisadora do DDPA, Amanda Heemann Junges, uma das autoras do Comunicado.

Junges destaca ainda que é preciso observar os cuidados relativos ao uso e armazenamento de água, seja por meio de sistemas de irrigação e açudes, seja pela conservação e melhoria das propriedades dos solos, grandes armazenadores de água para os cultivos. Os outros autores da publicação são o meteorologista Flávio Varone, e as engenheiras agrônomas Loana Silveira Cardoso e Ivonete Fátima Tazzo, todos do DDPA/Seapi.

Fonte: Seapi