Plantio da soja

Plantio da soja é de 22% da área prevista para o Rio Grande do Sul

Mesmo com a uniformização da umidade do solo em praticamente todo o território estadual, criando condições favoráveis para a semeadura, o plantio da soja segue em ritmo moderado

A umidade excessiva, em alguns momentos, tem exigido atenção quanto à compactação e à crosta superficial do solo, sobretudo em áreas de textura mais argilosa. Porém, não há impactos relevantes até o momento | Foto: Seapi/Divulgação
A umidade excessiva, em alguns momentos, tem exigido atenção quanto à compactação e à crosta superficial do solo, sobretudo em áreas de textura mais argilosa. Porém, não há impactos relevantes até o momento | Foto: Seapi/Divulgação

Com projeção de cultivo de 6.742.236 hectares de soja no Rio Grande do Sul nesta Safra 2025/2026, a Emater/RS-Ascar destaca que até o momento a área semeada alcança 22%, percentual inferior à média dos últimos cinco anos, quando a implantação atingia 45% no mesmo período. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (13/11), mesmo com a uniformização da umidade do solo em praticamente todo o território estadual, criando condições favoráveis para a semeadura, o plantio da soja segue em ritmo moderado, uma vez que parte das áreas ainda está ocupada por lavouras de cereais de inverno em fase de maturação e em colheita.

A germinação e a emergência ocorrem de maneira adequada, as plântulas estão vigorosas e os estandes, uniformes. A ocorrência de temperaturas amenas tem retardado o desenvolvimento vegetativo, deixando as plantas com porte reduzido e entrenós curtos, mas com folhas bem formadas e sadias. A umidade excessiva, em alguns momentos, tem exigido atenção quanto à compactação e à crosta superficial do solo, sobretudo em áreas de textura mais argilosa. Porém, não há impactos relevantes até o momento.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul e de Erechim, a semeadura da soja atinge 30% da área projetada. As lavouras apresentam emergência uniforme e bom estabelecimento inicial. Na região de Frederico Westphalen, a continuidade do plantio depende da manutenção da umidade adequada do solo. Foram registradas perdas em algumas lavouras recém-semeadas, em Sarandi, Barra Funda e Novo Barreiro, em decorrência de granizo. Na região de Santa Rosa, a semeadura da soja avançou para 15%, inferior ao mesmo período da safra anterior (27%), quando o regime de chuvas era mais restritivo. As áreas já implantadas demonstram boa germinação e emergência.

Milho 

A cultura do milho apresenta desenvolvimento satisfatório e quadro fitossanitário estável no Estado. As lavouras implantadas evoluem sob condições climáticas favoráveis, como adequada umidade do solo e alta luminosidade, o que têm contribuído para o vigor vegetativo e para o potencial produtivo das plantas. A grande amplitude térmica entre o dia e a noite também beneficiou o crescimento das plantas. A semeadura avança de forma significativa e, em grande parte das regiões produtoras, encontra-se em 83%, estando ainda 79% em desenvolvimento vegetativo, 17% em floração e 4% das lavouras de milho estão em enchimento de grãos. A Emater/RS-Ascar estima o cultivo de 785.030 hectares e produtividade de 7.370 kg/ha.

Milho silagem 

No Estado, predominam as lavouras de milho para silagem em fase de germinação e desenvolvimento vegetativo, que abrangem aproximadamente 89% da área cultivada. As áreas em floração correspondem a cerca de 10%. Em enchimento de grãos ainda é incipiente, representando menos de 1% das lavouras. Esse comportamento fenológico reflete o parcelamento do plantio e as diferenças regionais, como na Região Noroeste, onde algumas lavouras semeadas mais cedo iniciaram a maturação dos grãos. Segundo a Emater/RS-Ascar, na Safra 2025/2026, a área de milho silagem alcançará 366.067 hectares e produtividade de 38.338 kg/ha.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, em Sarandi, a queda de granizo ocorrida no dia 03/11 destruiu 150 hectares de milho para silagem, causando uma perda de 4.875 toneladas, prejudicando 50 agricultores, que terão que replantar tais áreas e adotar estratégia emergencial para suplementação dos rebanhos. Na região de Santa Maria, a semeadura atinge 63% da área prevista de 11.485 hectares.

Arroz 

A implantação de arroz irrigado no Estado se aproxima do fim, e restam a semear menos de 20% da área total prevista para esta Safra, que está estimada em 920.081 hectares (Irga). A produtividade estimada pela Emater/RS-Ascar é de 8.752 kg/ha. As lavouras estão em fase de desenvolvimento vegetativo. O estande está uniforme, e as plantas com bom vigor, reflexo de adequada germinação e emergência. As condições de umidade e temperatura estão dentro dos padrões normais para o desenvolvimento inicial da cultura, tanto nos sistemas de pré-germinado quanto de semeadura em solo seco.

Feijão 1ª Safra 

A semeadura se encontra estabilizada, devendo ser retomada a partir do início de dezembro, quando tradicionalmente se realiza o plantio nos Campos de Cima da Serra. Entre as áreas já implantadas, predominam as lavouras em fase de desenvolvimento vegetativo (75%), seguidas por floração (16%) e enchimento de grãos (7%). Em algumas áreas da Região Centro-Serra, observam-se lavouras em início de maturação. No Noroeste do Estado, já ocorre a colheita das primeiras áreas para consumo familiar. A área projetada de feijão 1ª safra pela Emater/RS-Ascar é de 26.096 hectares. A produtividade média está estimada em 1.779 kg/ha.

Trigo 

A colheita do trigo no Estado acelerou no período com o objetivo de antecipar a retirada das lavouras prontas, antes das chuvas e dos ventos intensos previstos para o dia 07/11. A área colhida se elevou de 42% para 60% do total semeado. Porém, esse percentual ainda está inferior à média dos últimos cinco anos, quando, na mesma época, alcançava 77%. Em termos geográficos, a colheita segue o padrão histórico, estando mais adiantada na Região Noroeste, onde se aproxima de 80% da área, e mais lenta na Nordeste (5%), onde se concentram lavouras de plantio e ciclo mais tardio. A Emater/RS-Ascar estima a área cultivada de trigo no Estado em 1.141.224 hectares. A produtividade prevista é de 3.261 kg/ha.

Aveia-branca 

A colheita está em fase avançada, alcançando 72%. As lavouras remanescentes estão entre os estágios de maturação (23%) e de enchimento de grãos (4%); poucas áreas estão em floração. A qualidade dos grãos colhidos é considerada adequada, e o PH segue dentro do padrão industrial e com baixo percentual de impurezas. Não houve danos significativos por pragas, ou doenças, apenas alguns por eventos climáticos como geada na floração. A colheita está praticamente concluída na Região Oeste, e avança de forma contínua nas demais regiões produtoras, em consonância com o padrão fenológico esperado para o período. A Emater/RS-Ascar estima que estão cultivados 393.252 hectares de aveia-branca. A produtividade atual está em 2.445 kg/ha.

Canola 

A colheita da canola está em fase final no Rio Grande do Sul, alcançando 90%. As áreas restantes estão em maturação fisiológica, localizadas especialmente na Fronteira Oeste e Campanha. A expectativa é que a colheita se encerre nos próximos dias. Há grande variação entre a produtividade no Estado, mesmo dentro de regiões próximas, em função das variedades utilizadas, do manejo e da época de implantação. No Noroeste, os rendimentos estão maiores nas áreas cultivadas tardiamente.

Os produtores de canola demonstram satisfação com a rentabilidade da cultura, resultado da combinação entre produtividade satisfatória, baixo custo de produção e preços remuneradores durante o período de colheita. Observa-se tendência de ampliação da área cultivada na próxima safra, impulsionada pela viabilidade econômica e estabilidade técnica do cultivo.

A estimativa da área plantada de canola no Estado é de 176.076 hectares, 19,07% a mais do que os 147.879 hectares plantados em 2024 (IBGE). A produtividade esperada é de 1.645 kg/ha, o que representa redução de 5,29% em relação aos 1.737 kg/ha projetados no início do plantio pela Emater/RS-Ascar, mas ainda superior à produtividade de 2024, que foi de 1.417 kg/ha. A expectativa de produção é de 289.645 toneladas de grão, ou seja, um aumento de 38,70% em relação a 2024 (IBGE).

Cevada 

A cultura da cevada se encontra em colheita, que atinge cerca de 44%. As lavouras remanescentes estão nas fases de maturação fisiológica (51%) e enchimento de grãos (5%). De modo geral, a qualidade dos grãos destinados à indústria cervejeira está satisfatória, com padrões físicos compatíveis aos requerimentos de malteação, embora algumas áreas apresentem restrições quanto ao poder germinativo, à coloração do grão e a defeitos de origem microbiana (DOM), o que leva parte da produção a ser destinada ao uso para ração animal. A Emater/RS-Ascar estima área cultivada em 31.613 hectares e produtividade de 3.458 kg/ha.

Fonte: Seapi