Economia

Greve de auditores da Receita Federal causa filas de caminhões na fronteira com a Venezuela

De acordo com Trad, as cidades mais prejudicadas com a paralisação são os municípios das faixas de fronteira, no caso, as do estado que ele representa, o Mato Grosso do Sul.

O trânsito na Ponte Internacional da Amizade, em Foz do Iguaçu, continua lento nesta semana. Desde o início de janeiro auditores da Receita Federal da aduana realizam a “Operação Padrão”, que consiste na vistoria mais minuciosa das cargas; adotada pelos auditores como forma de pressionar o Governo Federal.

O motivo da manifestação é reverter o corte de orçamento previsto nesse ano para a instituição, de 52%, que inviabilizará os serviços do órgão a partir de junho; além de exigir a realização de novo concurso para a Receita Federal, considerando que não há processo seletivo para novos funcionários desde 2014. Desde então, cerca de 3.500 funcionários se aposentaram, o que gerou déficit de pessoal no órgão.

Dessa forma, com os caminhões na Ponte e a vistoria mais demorada, isso acaba travando também o movimento dos carros pequenos.

De acordo com informações da Receita Federal, a média de espera dos veículos de carga é de um dia; no entanto, pode aumentar de acordo com a demanda.

Economia nacional

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) disse que a greve dos auditores-fiscais da Receita Federal, iniciada há mais de um mês, tem prejudicado a economia nacional. O anúncio foi feito em pronunciamento em Plenáriona na última quinta-feira (10). De acordo com Trad, as cidades mais prejudicadas com a paralisação são os municípios das faixas de fronteira, no caso, as do estado que ele representa, o Mato Grosso do Sul.

“As consequências do movimento são os postos alfandegários lotados e a lentidão na exportação e importação de cargas. O presidente do Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal em Mato Grosso do Sul, o servidor Anderson Novaes, explicou que o protesto se deve ao corte de 1,2 bilhão do orçamento para o ano de 2022; e ao não cumprimento de um acordo feito para o pagamento do bônus de produtividade da categoria”, ressaltou.

Nelsinho enfatizou haver algumas narrativas na região a respeito de um possível desabastecimento de carnes e grãos em consequência da paralisação dos transportes de carga. Segundo ele, a greve afeta, inclusive, alguns dos países vizinhos, dentre os que fazem fronteira com o Brasil, no caso, a Argentina e Uruguai; onde muitos caminhões estão parados nos pátios dos chamados “portos secos”, à espera da liberação das mercadorias.

“Chamo a atenção do nosso Parlamento para que nós, unidos, possamos debater uma solução para a questão que afeta esses profissionais e suas categorias; para que se preserve o direito deles, de trabalhadores, e nossa economia não seja ainda mais afetada. Não há movimento que não se resolva com diálogo”, afirmou.

Fonte: Agência Senado e Catve