O número de propriedades atingidas pelos efeitos da estiagem no Rio Grande do Sul avançou para cerca de 257 mil. A atualização foi realizada pela Emater/RS-Ascar, ligada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), no terceiro Boletim Evento Adverso – Efeito da Estiagem nas Principais Atividades Agrícolas do Rio Grande do Sul, divulgado no sábado (12). As informações foram levantadas no período de 25 de janeiro a 4 de fevereiro. O último boletim, publicado em 24 de janeiro, apontava 253 mil propriedades atingidas.
Na cultura do milho, já são 98,2 mil produtores atingidos, acréscimo de quase 5 mil em relação ao último levantamento. Em soja, o número cresceu para cerca de 88 mil produtores com redução na produtividade. Ainda é enfatizado o elevado número de produtores de leite – 33,1 mil – com dificuldades na produção. O boletim revelou uma queda de captação de 2,4 milhões de litros de leite por dia no Estado. Em torno de 17,3 mil famílias também têm dificuldades ao acesso à água.
Culturas
As perdas na soja chegam a 90% em alguns municípios do Rio Grande do Sul. Atualmente, 158 municípios apresentam perdas superiores a 50% da produtividade inicialmente estimada. Na região de Santa Rosa, a quebra é superior a 65%. “A maioria dos cultivos apresenta plantas com porte reduzido, com encurtamento dos entrenós, perda de folhas, além de abortamento floral e queda de legumes”, relata o Boletim.
As regiões administrativas de Frederico Westphalen e Passo Fundo seguem como as mais afetadas no milho, com perda média superior a 65% da produtividade. Até o momento, 128 municípios no estado apresentam perdas maiores a 70% no cultivo, “fato agravado pela transversalidade no uso do grão, o qual também é utilizado nas cadeias produtivas do leite, aves e suínos, por exemplo”, cita o documento.
No caso do milho silagem, o déficit hídrico também compromete a qualidade do cultivo, devido ao corte de plantas com proporção de grãos abaixo da ideal. Novamente, a regional de Passo Fundo é mais impactada, com prejuízo superior aos 65%. A região menos afetada, Porto Alegre, tem perda estimada em 20,4%.
A redução da produção de feijão 1ª safra no Estado varia de 5% a 95%, dependendo do local. As maiores perdas médias, de mais de 60% da expectativa inicial, estão localizadas na regional de Ijuí, Erechim, Frederico Westphalen e Soledade.
O Boletim ainda indica redução de aproximadamente 760 mil toneladas na produção de frutas e de quase 84 mil toneladas na produção de olerícolas no estado, com cerca de 16,6 mil e 7,5 mil produtores afetados, respectivamente.
Fonte: Emater/RS-Ascar