O Rio Grande do Sul é o maior produtor de mel de abelha do Brasil. Em 2021, o Estado ultrapassou o Paraná como maior produtor, com 9.212 toneladas. Das pouco mais de 100 mil propriedades rurais que se dedicam à apicultura no País, 37 mil estão no Estado. Além disso, o RS abriga 37.189 apicultores e 486.067 colmeias registradas em 2023.
Mas nem tudo são flores, tanto para os apicultores quanto para as abelhas. Em tempos de entressafra de flores, quando a natureza entra em modo de economia e o néctar some do mapa, as abelhas enfrentam um verdadeiro aperto nutricional.
Pensando nisso, a empresa gaúcha Védera Nutrição Animal disponibiliza no mercado o Melero, um suplemento alimentar em pó desenvolvido especialmente para colmeias comerciais, sendo usado durante períodos críticos de escassez de alimento natural.
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A proposta do Melero é simples, mas poderosa: garantir saúde, vitalidade e produtividade às abelhas mesmo quando o campo não oferece o que elas precisam. O suplemento é aplicado diretamente nas colmeias e atua como reforço nutricional, ajudando os insetos a manterem o metabolismo ativo e a colheita de mel em ritmo constante.
“Na entressafra de flores, mesmo consumindo o próprio mel, as abelhas não conseguem suprir todas as suas necessidades nutricionais. Isso reduz sua disposição e afeta diretamente a produtividade das colmeias”, explica o diretor executivo da Védera, Cesar de Souza, Ele explica que o suplemento nasceu da demanda direta de apicultores que vinham sofrendo com as perdas durante esse período crítico do calendário apícola.
Além da entressafra, o suplemento também é indicado em regiões com flora pouco diversa, onde as abelhas são forçadas a percorrer longas distâncias para encontrar alimento. “O que se vê é um desgaste físico das colmeias e um declínio na produção. O Melero atua justamente para reduzir esse impacto, oferecendo uma fonte prática e eficaz de nutrientes”, destaca Souza. Ele acrescenta dizendo que soluções como o Melero ganham relevância estratégica para garantir estabilidade na produção, manter colmeias saudáveis o ano inteiro e aproveitar melhor as janelas de comercialização, mesmo fora das grandes floradas.
Para o apicultor Alisson Paulinelli, dos Apiários Paulinelli, de Colorado (RS), que tem cerca de 220 colmeias produtivas, o Melero veio a ser um grande aliado na sua produção. “Tanto na entressafra quanto na saída da primavera, para alavancar os enxames, as abelhas aceitam muito bem. A gente nota que a postura aumenta neste momento, então é uma ferramenta excelente para quem, como nós, trabalha na produção de mel”, salienta o produtor.
O professor do Instituto Federal do Espírito Santo – Campus Santa Teresa, Eduardo Ferreira, disse, por sua vez, que o Melero veio a somar no processo de manejo das abelhas sem ferrão. Mesmo com pouco tempo de uso, segundo ele — já são dois anos testando o suplemento, foi possível observar que a postura de ovos não diminuiu em tempos de entressafra, o que normalmente acontece. “O suplemento ajudou a manter a saúde das abelhas sem ferrão no mesmo padrão da primavera e do verão, então isso é muito positivo”, aponta.
Abelha faz mel, não faz mal
No Brasil há cerca de 500 mil apicultores, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entretanto, com base no trabalho desses produtores, a cadeia apícola nacional envolve mais de 1 milhão de pessoas, chegando a ser a principal fonte de renda familiar em várias localidades. O IBGE aponta que, em 2024, o País produziu 61 milhões de quilogramas de mel, consolidando sua posição entre os 11 maiores produtores do mundo.
