O predomínio de tempo seco acelerou a colheita da soja na primeira metade da semana, já que os prognósticos apontavam chuvas para o final do período. A área colhida com a oleaginosa no Rio Grande do Sul alcançou 98%, segundo levantamento da Emater/RS-Ascar.
De forma geral, as precipitações escassas em abril permitiram a colheita de materiais com alta desidratação, mas houve perdas por debulha natural. Permanecem por colher 2%, correspondentes a áreas de replante, várzeas com cultivares de ciclo tardio e talhões semeados no final de janeiro (alguns em safrinha), maduros ou que atingirão a maturação nos próximos dias.
A produtividade média estadual for reavaliada pela Emater/RS-Ascar para 1.957 quilos por hectare, representando redução de 38,43% nos 3.179 quilos por hectare projetados antes do início do plantio. As produtividades alcançadas variam entre regiões: de 1.388 quilos por hectare na região administrativa de Bagé a 3.225 quilos por hectare na de Caxias do Sul, refletindo principalmente a distribuição irregular das chuvas.
Mesmo em regiões onde as precipitações foram semelhantes, outros fatores interferiram nos resultados, como a época de semeadura, manejo de solos e o nível de investimento em insumos, reduzidos em parte das lavouras devido às restrições financeiras de recorrentes frustrações climáticas recentes com as culturas de verão e inverno.
O tempo firme, após as precipitações, deve viabilizar o avanço das operações e o encerramento da safra de soja, tanto em áreas de coxilha quanto em várzeas, dado o caráter moderado das chuvas registradas nas regiões onde restam lavouras por colher. As chuvas intensas no Oeste causaram erosão laminar pontual, sem impacto expressivo nas áreas pós-colheita.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, a colheita está próxima da conclusão. Em Uruguaiana e Santa Margarida do Sul, foi encerrada, com quebra de 40% a 83% em relação à produtividade inicial estimada. Em Manoel Viana e Maçambará, restam em torno de 2 mil hectares. Uma parte corresponde a lavouras implantadas com irrigação após o milho, que apresentam potencial produtivo entre 2 mil e 2,4 mil quilos por hectare. Já as áreas de sequeiro com produtividade inferior a 200 quilos por hectare foram abandonadas devido à inviabilidade econômica da colheita.
Na Região da Campanha, a colheita foi intensa no início do período, sendo posteriormente interrompida, em 08/05, em decorrência de chuvas. Onde houve menor volume de precipitações acumulado, a retomada ocorreu em 11/05, apesar da formação de rastros, causada pela elevada umidade do solo.
Em Bagé, Candiota e Hulha Negra, a colheita atinge 90%, e a produtividade está variável. Contudo, os produtores destacam o bom desempenho de cultivares menos exigentes em termos de fertilidade e de ciclo longo. Há relatos pontuais de produtividades próximas a 3 mil quilos por hectare, mas predominam rendimentos entre 1,8 mil e 2 mil quilos por hectare; há registros de lavouras com apenas 600 quilos por hectare. A área efetivamente plantada é de 1.097.601 hectares. A produtividade regional está em 1.388 quil os por hectare, representando redução de 44% nos 2.480 quilos por hectare, estimados no início do plantio.
Na de Passo Fundo, a colheita foi encerrada nos 660.847 hectares cultivados. A produtividade sofreu decréscimo de 36% e está estimada em 2.346 quilos por hectare.
Na de Caxias do Sul, a colheita foi encerrada, e a média de produtividade está estimada em 3.235 quilos por hectare, representando redução de 11% em relação à inicial de 3.611 quilos por hectare. A área de plantio totalizou 256.612 hectares.
Na de Erechim, restam menos de meio ponto percentual para o encerramento da colheita. A área plantada é de 252.859 hectares, e a produtividade média diminuiu em 35% em relação à inicial, sendo estimada em 2.284 quilos por hectare. A comercialização ocorre de forma parcimoniosa, alcançando 40% da safra, aguardando a melhora nas cotações.
Na de Federico Westphalen, restam 2% a serem colhidos, referentes a lavouras semeadas em safrinha. A produtividade está em 2.410 quilos por hectare, com redução de aproximadamente 25% em relação à projetada. A área de plantio foi de 439.240 hectares.
Na de Ijuí, é fase final de colheita, resta restando as lavouras de segundo cultivo, que correspondem a aproximadamente 4% do total e se encontram em maturação. Os produtores ainda realizam correções de solo e intervenções pontuais nos cultivos afetados por erosão e escorrimento superficial. A área cultivada soma 1.009.524 hectares, e a produtividade está em 2.158 quilos por hectare, significando queda de 40% no volume projetado inicialmente.
Na de Lajeado, a produtividade está em 2.507 quilos por hectare, representando decréscimo de 26% em relação à estimada no início do plantio e totalizam área de 24.669 hectares.
Na de Pelotas, 13% das lavouras encontram-se em fase de maturação, aptas para a colheita. A operação foi concluída em 87% da área cultivada. Em Santa Vitória do Palmar, apenas 50% foram colhidos. A produtividade alcança 2.546 quilos por hectare, representando redução de 13% na projeção inicial nos 503.385 hectares plantados.
Na de Porto Alegre, a diminuição da produtividade está estimada em 23%, alcançando 2.359 quilos por hectare. A área de cultivo totaliza 181.791 hectares.