
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou nesta quinta-feira (15) a detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em matrizeiro de aves comerciais. O caso foi registrado em um estabelecimento avícola de reprodução em Montenegro, município situado no Vale do Caí, a 61 quilômetros da capital Porto Alegre. O Brasil decretou estado de emergência zoossanitária por 60 dias.
Esse é o primeiro foco de IAAP detectado em sistema de avicultura comercial no Brasil. Desde 2006, ocorre a circulação do vírus, principalmente na Ásia, África e no norte da Europa. O Brasil foi o último país dos grandes produtores de carne aviária do mundo a ter contaminação em granjas comerciais, conforme o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
“Há dois anos, em maio de 2023, tivemos o primeiro caso no Brasil em aves silvestres. E ainda assim, conseguimos segurar dois anos sem entrar em granjas comerciais. Em nenhum lugar do mundo também aconteceu isso. Quando chegou em aves silvestres, poucos dias depois, chegou em granjas comerciais”, destacou. “O sistema [de proteção] é muito robusto, muito eficiente”, reforçou Fávaro.
O governo alerta que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos. E garante que a população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo.
O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas). A medida, porém, mas traz importante impacto financeiro para o Rio Grande do Sul.
A pasta anunciou que as medidas de contenção e erradicação do foco previstas no plano nacional de contingência já foram iniciadas e visam não somente debelar a doença, mas também manter a capacidade produtiva do setor, garantindo o abastecimento e, assim, a segurança alimentar da população. O Mapa também está realizando a comunicação oficial aos entes das cadeias produtivas envolvidas, à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), aos Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, bem como aos parceiros comerciais do Brasil. O País decretou estado de emergência zoossanitária por 60 dias.
O Serviço Veterinário brasileiro vem sendo treinado e equipado para o enfrentamento dessa doença desde a primeira década dos anos 2000. Ao longo desses anos, várias ações vêm sendo adotadas para prevenir a entrada dessa doença no sistema de avicultura comercial brasileiro. Exemplos são o monitoramento de aves silvestres, a vigilância epidemiológica na avicultura comercial e de subsistência, o treinamento constante de técnicos dos serviços veterinários oficiais e privados, aç&oti lde;es de educação sanitária e a implementação de atividades de vigilância nos pontos de entrada de animais e seus produtos no Brasil.
Medidas adotadas pela Seapi
A Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) determinou o isolamento da área em Montenegro, a eliminação das aves restantes, para que seja iniciado o protocolo de saneamento da granja. E será feita uma investigação complementar em raio inicial de 10 quilômetros da área de ocorrência do foco e de possíveis vínculos com outras propriedades. A mortalidade de aves no Zoológico de Sapucaia do Sul, que está fechado para v isitação, também foi atendida e a Seapi aguarda o resultado do sequenciamento.
O Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA), da Seapi, atendeu a suspeita de síndrome respiratória e nervosa de aves, no dia 12 de maio, em estabelecimento avícola de reprodução, em Montenegro. As amostras foram coletadas e encaminhadas ao Laboratório Federal de Diagnóstico Agropecuário, em Campinas (SP), que confirmou o diagnóstico de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1).
Sobre a Influenza Aviária
A influenza aviária, também conhecida como gripe aviária, é uma doença viral altamente contagiosa que afeta, principalmente, aves silvestres e domésticas, mas também pode acometer humanos, mas o risco é baixo.
Entre os principais sintomas apresentados nas aves estão dificuldade respiratória; secreção nasal ou ocular; espirros; incoordenação motora; torcicolo; diarreia; e alta mortalidade.
Todas as suspeitas de influenza aviária, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura por meio da Inspetoria de Defesa Agropecuária mais próxima ou pelo WhatsApp (51) 98445-2033.