O governo federal antecipará, de agosto para abril, a compra de arroz dos produtores por valores até 20% acima do preço mínimo. A previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é que sejam adquiridas cerca de 91 mil toneladas de arroz em um modelo de opção de venda. Dessa forma, o agricultor pode vender o produto ao governo, a um preço fixado previamente. Se todo o volume for comprado, a Conab estima aplicar R$ 162,2 milhões nas operações.
O anúncio aconteceu na sede da Superintendência da Conab em Porto Alegre, já que o Rio Grande do Sul corresponde a 68,6% da produção brasileira do grão. O presidente da estatal, Edegar Pretto, destacou que a iniciativa tem a intenção de garantir renda ao produtor, estimular a produção para atender o consumo interno e formar estoques públicos.
Por exigência normativa, a decisão deverá contemplar, na prática, no quarto mês, apenas as transações estabelecidas na Fronteira Oeste. Isso porque os contratos só podem ser executados quando encerrada a colheita em cada região produtora. O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), divulgou, na última quinta-feira (20), que a Fronteira Oeste – a maior produtora de arroz das seis regiões do Irga – lidera a colheita no Estado, com os trabalhos concluídos em 60,2% da área semeada.
O preço a ser pago pela saca de 50 quilos deverá sofrer deságio. Para os orizicultores que preferirem o vencimento em agosto, está previsto o valor de R$ 87,62, incluindo custos logísticos e financeiros que deverão sofrer desconto proporcional à antecipação. Assim, para a Fronteira Oeste, em abril, a Conab deverá pagar R$ 82,65 pela saca.
“Lá atrás, quando lançamos os contratos em 2024, tínhamos dados técnicos que nos apontavam para um crescimento da oferta mundial do produto, como a Índia que suspendeu as barreiras para exportação e deve registrar crescimento produtivo. Por isso, oferecemos ao produtor a opção de compra com o preço 20% acima do mínimo, inclusive para manter o estímulo a produzir o arroz. Chegamos a ofertar 500 mil toneladas do produto e acabamos contratando mais de 90 mil toneladas”, disse Pretto.
Os contratos foram negociados em três leilões públicos realizados em dezembro do ano passado. Ao todo foram firmados 3.396 contratos, com negociação de cerca de 91,7 mil toneladas de arroz. A maior parte da negociação foi realizada no Rio Grande do Sul. Os produtores gaúchos são responsáveis pela contratação de 58.455 toneladas do cereal, o que corresponde a 63,75% do total negociado.