O portal Destaque Rural foi até Camaquã acompanhar o dia de Campo da Sementes Terra Dura, o evento, destacou a importância dessa técnica para a agricultura moderna, com foco na sustentabilidade, redução de custos e aumento da produtividade.
Lá, teve a oportunidade de conversar com o engenheiro agrônomo Rodrigo Schoenfeld, representante do IRGA (Instituto Rio Grandense do Arroz), que abordou os benefícios e desafios do sistema de plantio direto na cultura do arroz.
O Sistema de Plantio Direto: Uma Lavoura do Futuro
Rodrigo Schoenfeld explicou que o sistema de plantio direto é uma prática que vem ganhando espaço na produção de arroz, especialmente em áreas que já realizam a rotação com soja há mais de 35 anos. “Estamos mostrando aos produtores que é possível adotar o plantio direto, mesmo que seja um processo de erros e acertos, de aprendizagem constante“, afirmou.
Segundo ele, essa técnica é a “lavoura do futuro“, pois reduz custos, aumenta a produtividade e é ambientalmente mais correta. “Hoje, muito se fala sobre a emissão de gases de efeito estufa. No passado, as lavouras de arroz emitiam metano, mas com a rotação de arroz e soja em plantio direto, isso mudou. Além disso, o uso de água diminuiu significativamente”, destacou Schoenfeld.
Benefícios Ambientais e Econômicos
O engenheiro agrônomo ressaltou que o sistema de plantio direto traz ganhos ambientais significativos. A lavoura de arroz funciona como um filtro, melhorando a qualidade da água que retorna ao meio ambiente. Além disso, a técnica contribui para a melhoria da fertilidade do solo e, consequentemente, para o aumento da produtividade.
“Queremos irrigar a lavoura de arroz com 2,5 litros por segundo, mas retirar a água quatro vezes mais rápido. Isso exige uma mudança de mentalidade e uma reestruturação da propriedade”, explicou Schoenfeld. Ele também destacou a importância da drenagem eficiente e da introdução de coberturas de solo, como trevo persa, aveia e outras culturas que ajudam a viabilizar o sistema.
Redução de Custos e Melhoria na Produtividade
Além dos benefícios ambientais, o sistema de plantio direto também promove a redução de custos. “Colher no seco, em vez de colher dentro d’água, reduz o preparo do solo, o consumo de diesel, a mão de obra e as horas máquina. São só vantagens“, afirmou Schoenfeld. Ele também mencionou que a técnica permite a entrada de animais no sistema, gerando mais um ganho para o produtor.
Resultados e Adaptação Gradual
Rodrigo Schoenfeld destacou que o sistema de plantio direto não é uma mudança que pode ser implementada de forma abrupta. “É um processo que exige paciência e aprendizado. O produtor deve começar com pequenas áreas e, aos poucos, ir expandindo“, explicou.
“O produtor tem que entender que é uma escadinha. Todo ano, ele deve dar um passo, melhorando um pouco mais. Não adianta querer fazer tudo de uma vez, pois a chance de insucesso é grande”, finaliza Rodrigo Schoenfeld.