A semeadura da soja avançou pouco ao longo última semana, mas o índice segue acima da média das últimas três safras, com 96% da área de mais 6,8 milhões de hectares semeada. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, o término da operação ocorre de forma mais lenta devido à sequência de semeadura em áreas previamente ocupadas por outras culturas. O plantio deve ser encerrado até a primeira quinzena de janeiro, à medida que as áreas forem sendo liberadas.
A maior parte das lavouras estão em fase vegetativa, sendo que apenas 4% estão em floração. “As lavouras apresentam excelente desenvolvimento, impulsionado pela alta luminosidade e pelos níveis razoáveis de umidade no solo”, informa a Emater/RS-Ascar. No entanto, a distribuição irregular e baixos volumes de chuva nas primeiras três semanas de dezembro traz preocupação para as lavouras mais adiantadas, especialmente no Centro e Oeste do Estado.
Em algumas áreas, são observados sintomas de fitotoxicidade relacionados à aplicação de herbicidas em pós-emergência. Porém, segundo o Informativo, após o período inicial de estresse, as plantas estão retomando o crescimento normal.
Milho
A semeadura avançou de forma moderada, atingindo 95% da área projetada para a Safra 2024/2025, que é de 748,5 mil hectares. A finalização da operação ocorre a um ritmo mais lento devido à implantação tardia em pequenas extensões na Região Sul e na Campanha, bem como à prática de plantio em safrinha em outras regiões, em áreas atualmente ocupadas por milho, tabaco e feijão. Essa semeadura deverá ser concluída ao longo do mês de janeiro, à medida que as áreas ocupadas por essas culturas sejam liberadas para nova implantação.
Embora as chuvas das últimas semanas não tenham sido uniformes e significativas em todo o Estado, as condições para o enchimento dos grãos estão adequadas, principalmente devido ao predomínio de temperaturas amenas, que favorecem tanto a preservação da umidade no solo quanto a otimização do processo fotossintético das plantas. O tempo firme contribuiu para a perda de água dos grãos nas lavouras implantadas no início do zoneamento da cultura. Nas áreas tardiamente implantadas foi utilizada irrigação por pivô central, uma vez que estão em fase final de enchimento de grãos, com possibilidade de acúmulo de fotoassimilados.
A colheita do milho foi iniciada no Noroeste do Estado, chegando a 1%. A produtividade obtida está pouco abaixo da projeção inicial, cuja média é de 7.116 kg/ha, mas superior à safra anterior. A operação deverá ser ampliada na primeira quinzena de janeiro, dependendo das condições climáticas, que podem acelerar a perda de água da massa de grãos.
Milho Silagem
A colheita de milho para silagem foi intensificada, assim como a semeadura em áreas recentemente colhidas. Estima-se que 10% da área cultivada, de 357.3 mil hectares nesta safra, foi colhida, e 15% encontram-se no ponto de ensilagem, indicando a aceleração da operação nos próximos dias. A produtividade continua elevada, e as melhores produções alcançam até 60 mil kg/ha, acima da produtividade média projetada para esta safra, que é de 39.457 kg/ha.
Conforme o Informativo, a qualidade da silagem está excelente, uma vez que as plantas mantiveram os colmos verdes até o momento do corte, além de apresentarem boa carga de grãos nas espigas. Esses fatores contribuem para elevar a qualidade nutricional, assegurando altos níveis de valor energético e proteico, essenciais para otimizar a alimentação animal.
Arroz
O plantio está praticamente concluído. Segundo a Emater/RS-Ascar, restam pequenas extensões a ser implantadas, o que interfere minimamente na safra. A semeadura foi efetuada em ótimas janelas de plantio, dentro do período preferencial, ao contrário da safra anterior, quando o excesso de chuvas prejudicou o plantio em outubro e novembro. As lavouras de arroz, de maneira geral, apresentam excelente estabelecimento, resultado das chuvas regulares e da radiação solar adequada, que têm mantido desenvolvimento das plantas satisfatório na fase inicial do ciclo.
Porém, as temperaturas mínimas, abaixo da média histórica em dezembro, ainda geram preocupação entre os orizicultores, principalmente diante da proximidade do período reprodutivo. As temperaturas mais baixas podem tanto impactar os processos fisiológicos, como a diferenciação das panículas, quanto comprometer o número de grãos por espiga, elementos fundamentais para o rendimento final da cultura.
Os produtores de arroz no RS estão realizando os tratos culturais necessários, como a irrigação adequada para a manutenção da lâmina de inundação, a aplicação de adubação de cobertura para suprir a demanda nutricional, especialmente em relação ao nitrogênio, e a aplicação de herbicidas seletivos para controle de plantas daninhas, preparando as lavouras para o início do período reprodutivo. O Instituto Rio Grandense de Arroz (Irga) projeta área de 948,3 mil hectares cultivados. A Emater/RS-Ascar estima produtividade de 8,4 mil kg/ha.
Feijão 1ª safra
A colheita avançou de forma significativa nas áreas semeadas no início do período recomendado pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). Entretanto, a maioria das lavouras ainda se encontra em fases finais do ciclo produtivo. Os resultados até o momento são considerados favoráveis, e as produtividades alcançam em torno de 1,5 mil kg/ha, dentro das expectativas para o ciclo agrícola. Essas áreas representam aproximadamente 60% do total cultivado em primeira safra no Estado. Os 40% restantes estão concentrados nos Campos de Cima da Serra, onde os plantios mais tardios ainda estão sendo realizados. Para a Safra 2024/2025 no Estado, a Emater/RS-Ascar projeta o cultivo de 28,8 mil hectares, e a produtividade média estimada é de 1,8 mil kg/ha.
Com informações da Emater/RS-Ascar