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Com foco na safra da América do Sul, soja tem nova queda

Perspectiva de uma grande safra na América do Sul e preocupação de uma guerra tarifária seguem no radar

Grãos de soja
Brasil poderá colher 172,2 milhões de toneladas de soja nesta temporada | Foto: Banco de Imagens

A sessão desta segunda-feira (02) foi negativa aos preços da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Dessa forma, as principais posições da oleaginosa encerraram o dia com perdas entre 4,00 e 5,00 pontos. O vencimento janeiro/25 era cotado a US$ 9,85 por bushel.

Segundo o site internacional Farm Progress, “os contratos futuros de soja permanecem próximos das mínimas de três meses registradas no mês passado, devido à perspectiva de uma grande safra na América do Sul em 2025 e à preocupação de que uma postura tarifária agressiva dos EUA possa prejudicar as exportações para a China“.

Conforme levantamento da AgRural, até a última quinta-feira, cerca de 91% da safra de soja brasileira já havia sido plantada. Ademais, a consultoria ainda destacou que chuvas são necessárias em partes de Mato Grosso do Sul.

Enquanto isso, outra consultoria brasileira, a Agroconsult, projetou a safra de soja do Brasil em 172,2 milhões de toneladas. Se confirmado, o número representará uma alta de 10,74% em relação ao ano anterior.

Por outro lado, a demanda pelo produto norte-americano ainda está no radar. Hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), reportou a venda de 134.000 toneladas de soja para a China.

Já os embarques semanais da soja recuaram um pouco na semana passada, após atingirem 76,7 milhões de bushels. Ainda de acordo com o Farm Progress, os totais acumulados para o ano de comercialização de 2024/25 ainda estão moderadamente mais altos do que o ritmo do ano passado, após atingirem 800,7 milhões de bushels.

Durante o período, a China foi o principal destino dos embarques de soja dos EUA. Na sequência ficaram: Itália, México, Turquia e Portugal.

Mercado do milho

Na contramão da soja, os futuros do milho encerraram a sessão desta segunda-feira com ligeiras movimentações em Chicago. Assim, os contratos do cereal exibiram leves desvalorizações entre 0,25 e 0,75 pontos. O vencimento dezembro/24 era negociado a US$ 4,24 por bushel.

De acordo com o Farm Progress, “os futuros continuam sob pressão devido à colheita quase recorde nos EUA e às expectativas de grandes safras na Argentina e na América do Sul, além de sinais de que o ritmo robusto de exportação deste outono pode estar diminuindo”.

Além disso, a demanda pelo produto norte-americano também segue como ponto de atenção. Hoje, o USDA reportou os embarques semanais do cereal em 36,8 milhões de bushels.

“Os totais acumulados para o ano de comercialização de 2024/25 ainda estão rastreando moderadamente acima do ritmo do ano passado, após atingir 435,8 milhões de bushels”, segundo o Farm Progress.

Mercado do trigo

Assim como a soja, os futuros do trigo também recuaram na Bolsa de Chicago nesta segunda-feira. As principais posições da commodity registraram quedas entre 0,75 e 2,00 pontos. O contrato dezembro/24 era cotado a US$ 5,37 por bushel.

Conforme informações do Farm Progress, “as melhores condições de cultivo das Planícies após as chuvas do mês passado continuaram a sobrecarregar o complexo do trigo. Além disso, os baixos preços de exportação da Argentina e do Mar Negro superaram a decisão da Rússia de cortar sua cota de exportação de trigo de 2025 em dois terços e aumentar as taxas de exportação de trigo, parte dos esforços para conter a inflação”.

Paralelamente, o mercado ainda acompanha a demanda pelo trigo norte-americano. Assim, os embarques semanais de trigo enfrentaram declínios moderados semana após semana após atingir 10,9 milhões de bushels.

Até o momento, os totais acumulados para o ano de comercialização de 2024/25 permanecem moderadamente acima do ritmo do ano passado, com 403,7 milhões de bushels.

Além do mais, o mercado aguarda as atualizações da safra norte-americana. Há uma semana, o USDA relatou que 55% da safra de trigo de inverno estava em condições boas a excelentes em 24 de novembro, acima dos 49% da semana anterior e o maior para esta semana em seis anos.