Fechamento do Mercado

Com foco na América do Sul e disputa EUA e China, soja recua

Plantio da oleaginosa no Brasil e informações sobre a demanda pela soja norte-americana continuam no radar dos investidores

Grãos e óleo de soja
Plantio da safra de soja no Brasil chega a 80% da área prevista | Foto: Jcomp/Freepik

A sessão desta terça-feira (19) foi negativa aos preços da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da oleaginosa caíram entre 9,25 e 11,25 pontos. O contrato janeiro/25 era cotado a US$ 9,98 por bushel.

Em meio à finalização da colheita da safra norte-americana, o foco do mercado está mudando para a América do Sul. Além disso, as chuvas recentes na Argentina e no Brasil melhoraram as perspectivas de safras, conforme relatam os analistas internacionais.

Segundo levantamento semanal da AgRural, a semeadura da soja chegou a 80% da área projetada no Brasil. O número está acima do registrado no mesmo período do ano passado, de 68%.

Por outro lado, as possíveis taxações do presidente eleito, Donald Trump, nos EUA também estão no radar. Durante a campanha, o político destacou que iria colocar tarifas de 60% sobre as importações chinesas e uma taxa de 10% sobre outros países.

Ademais, a demanda pela soja norte-americana continua em destaque. Segundo os analistas, as exportações de soja nos EUA continuam a subir acima do ritmo de 2023 após ficarem para trás no início do ano safra 2024/25.

De acordo com o Farm Progress, “as inspeções semanais de exportação de soja totalizaram 2,165 MMT, abaixo dos 2,363 MMT da semana anterior e na extremidade inferior das expectativas dos analistas. Até agora em 2024/25, as inspeções de soja totalizaram 17,48 MMT, um aumento de 9,2% em relação ao mesmo período em 2023/24“.

Mercado do milho

Os futuros do milho também recuaram assim como os da soja. Na CBOT, os vencimentos do cereal registraram quedas entre 1,50 e 2,00 pontos. O contrato dezembro/24 operava a US$ 4,27 por bushel.

O mercado do milho realizou lucros depois das altas recentes. Nesse momento, a demanda tem sido uma das variáveis mais importantes do mercado.

As inspeções de milho nos sete dias encerrados em 14 de novembro totalizaram 820.608 toneladas, informou a agência. Isso representa um aumento em relação às 797.247 toneladas da semana anterior e às 601.068 toneladas avaliadas na mesma semana do ano anterior”, informou o Successful Farming.

Por outro lado, a finalização da safra nos EUA, a produção de etanol e a produção na América do Sul seguem em destaque.

Mercado do trigo

Na contramão da soja, os futuros do trigo em Chicago fecharam o pregão do lado positivo da tabela. Os vencimentos da commodity subiram mais de 2,00 pontos. O contrato dezembro/24 trabalhava a US$ 5,49 por bushel.

De acordo com os analistas internacionais, os preços do trigo subiram em meio à escalada da guerra na Ucrânia. O presidente dos EUA, Joe Biden, permitirá que a Ucrânia use armas de longo alcance para a atacar a Rússia.

“Uma escalada na guerra entre a Rússia e a Ucrânia pode potencialmente restringir as exportações de trigo dos dois países, que são grandes exportadores do grão”, divulgou o Successful Farming.

Enquanto isso, nos EUA, a semeadura da safra de inverno está quase concluída. Cerca de 49% das lavouras estavam em boas ou excelentes condições, segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).