Clima

Massa de ar frio no Sul não deve causar impactos na agricultura

Frente fria avança rapidamente para o Sudeste, levando chuva e trazendo massa de ar frio na retaguarda

Após vários dias com altas temperaturas, o Sul do Brasil foi surpreendido pela queda dos termômetros nesta segunda-feira (11). A temperatura chegou a 13,5ºC em Cambará do Sul, no Rio Grande do Sul, a menor temperatura registrada no estado, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). As temperaturas baixaram ainda mais na terça-feira (12), com Bagé registrando 6ºC.

Essa mudança no tempo foi causada pela passagem de uma frente fria, que trouxe chuva ao Rio Grande do Sul, seguida por uma massa de ar frio. Essa frente já avança com chuva pelo Sul do país, seguindo para o Sudeste. Conforme o tempo seco se instala, após a passagem da frente fria, o frio também avança pelo Sul.

Apesar da queda repentina nas temperaturas, os meteorologistas consideram que as passagens de frentes frias seguidas por massas de ar frio, como está ocorrendo nesta semana, são comuns para a primavera. “Em alguns anos a gente observa isso, é um pouco estranho pela queda abrupta da temperatura, mas é normal ainda acontecer essas incursões de ar mais frio”, avalia a meteorologista do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Jossana Cera.

Apesar do amanhecer ainda gelado na quarta-feira (13), a tendência é de que as temperaturas voltem a subir rapidamente, atingindo máximas acima de 30º em diversas regiões do estado ao longo desta semana.

Geada

Nesta terça-feira (12), há registro de possível geada apenas em São José dos Ausentes-RS, porém o fenômeno ainda pode ocorrer na quarta-feira (13). A tendência é de que apenas pontos de maior altitude registrem o fenômeno, como o Planalto Sul de Santa Catarina e o Nordeste Gaúcho.

“As temperaturas baixaram, mas não a ponto de causar formação de geada em todas as regiões do Estado. Nos picos das regiões serranas, aquelas altitudes ali ao redor de 1,5 mil metros de altitude, é possível sim haver formação de geada, mas nenhuma geada para causar preocupação maior aconteceu, muito menos de forma generalizada, aqui no Sul do Brasil”, afirma o agrometeorologista da Embrapa Trigo, Gilberto Cunha.

Prejuízos

Sem a ocorrência de geadas, o frio não deve prejudicar as culturas agrícolas que estão no campo. Neste momento, a colheita do trigo avança para a reta final, enquanto o milho já está se desenvolvendo e a semeadura da soja evolui. “Não há nenhum impacto que traga preocupação. As temperaturas baixas, no máximo, atrasam um pouco o desenvolvimento das plantas, mas de forma nenhuma comprometem o potencial de rendimento ou afetam negativamente. Não havendo formação de geada, não há o que se preocupar”, ressalta Cunha.

A atenção do campo agora deve estar voltada à previsão das chuvas. “O importante agora é que nós tenhamos alguns dias de sol, dias limpos, que possibilitem a entrada de máquinas nos campos, tanto para colheita dos cereais de inverno remanescentes, principalmente do trigo, que ainda está no campo,[…] e ao mesmo tempo, em plena semeadura da soja”, afirma.

No decorrer da safra, o ideal é que as chuvas ocorram com regularidade, sem excesso ou escassez, para que os trabalhos com máquinas nas lavouras possam ocorrer tranquilamente e também para permitir uma umidade do solo adequada e o desenvolvimento satisfatório das plantas.

Notícia atualizada

13/11/24 - às 11h18: Há registro de possível geada em São José dos Ausentes-RS, na terça-feira (12), conforme as estações automáticas do INMET. Anteriormente, baseados nas estações convencionais, informamos que não havia registro de geadas.