Agronegócio

Tendência de eventuais pancadas de chuva sobre o Sul

“A muito tempo não se via uma seca tão severa quanto a que está acontecendo no sul do Brasil”

A frente fria que avança desde ontem (3) sobre a região sul do Brasil já levou chuvas para algumas áreas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Paraguai e sul do Mato Grosso do Sul. “De hoje (4) para amanhã (5), a tendência ainda é de eventuais pancadas de chuva sobre o Sul do Brasil; no entanto o que se espera são chuvas bastante irregulares, principalmente, sobre o Rio Grande do Sul”, informa o agrometereologista da Rural Clima, Marco Antônio dos Santos.

Ou seja, as chuvas devem ocorrer de forma irregular, mal distribuídas e em baixos volumes no RS. “Somente no PR, oeste de SC e sul do MS é que a chances de se ter chuvas um pouco mais generalizadas ao longo deste fim de semana”, ressalta.

Todavia, já na segunda-feira (7) o tempo volta a abrir em todo o RS, SC, na metade sul do PR e Paraguai; impossibilitando assim a manutenção da umidade do solo. Juntamente com as chuvas irregulares do fim de semana, “as perdas poderão ser agravadas, principalmente, no caso da soja e do arroz; já que para o arroz não há sinais de que essas chuvas possam elevar os níveis dos reservatórios e suprir toda a demanda de água para a irrigação”, explica.

Crise hídrica

Diante disso, as condições são bastantes preocupantes, principalmente, para o RS, oeste de SC e sudoeste do PR. No entanto, as previsões para o Paraguai, oeste do PR e sul do MS serão mais regulares e em melhores volumes nos próximos 30 dias; do que para o RS e SC, onde a crise hídrica ainda será bastante acentuada.

“Apesar dos modelos climáticos preverem chuvas um pouco mais frequentes ao sul do Brasil, essas ainda continuarão bastante irregulares. Portanto, preocupa-se muito a produtividade de soja, já que milho no Rio Grande do Sul já se foi há muito tempo”, alerta Santos.

O mês de fevereiro deve ter chuvas um pouco mais frequentes, e ainda irregulares; no entanto, os meses de março e abril devem ser marcados por chuvas extremamente irregulares. Aumentando os prejuízos decorrentes da estiagem. “Há muito tempo não se via uma seca tão severa quanto a que está acontecendo no sul do Brasil”, finaliza.

Texto: Larissa Schäfer