Negócios

Lideranças femininas acreditam haver disparidade salarial de gênero no agronegócio

64,6% dizem já ter levado uma cantada no trabalho e precisar assumir comportamentos considerados masculinos para serem respeitadas em suas áreas

Imagem com um boneco vermelho sobre uma pilha de blocos mais alto que um boneco branco sobre uma pilha de blocos menor.
60,8% disseram ter levado mais tempo para chegar ao cargo de liderança no qual se encontram | Foto: Banco de Imagens

A pesquisa “Mulheres no agronegócio: principais barreiras para ascensão”, realizada FESA Group, ecossistema único de RH, revelou que 77,2%, das lideranças femininas no agronegócio acreditam haver uma diferença salarial considerável entre homens e mulheres. O levantamento ouviu gerentes, diretores e CEOs de empresas, sendo 67,1% do sudeste do país.

Os dados mostram um cenário ainda mais agravante. Ao todo, 64,6% dizem já ter levado uma cantada no trabalho e precisar assumir comportamentos considerados masculinos para serem respeitadas em suas áreas. Além disso, 15,2% afirmaram não terem sido escolhidas em pelo menos um processo seletivo por serem mães.

Com relação aos obstáculos para avançar em suas carreiras, 60,8% disseram ter levado mais tempo para chegar ao cargo de liderança no qual se encontram por serem mulheres.

A pesquisa também coletou dois pontos nos quais a percepção feminina é positiva: 64,6% disseram que o discurso de igualdade de gênero é efetivo na empresa, enquanto 77,21% afirmaram não serem as únicas mulheres em cargo de liderança. Mais de 80% das entrevistadas (81%) disseram que deixariam uma empresa na qual não haja respeito de gênero.

A pesquisa foi realizada a nível nacional no primeiro semestre deste ano com intuito acadêmico. “Sabemos que se trata de um segmento tradicionalmente conhecido por ser ‘masculinizado’, mas, por outro lado, temos visto uma tentativa por parte dos gestores e RHs do setor para melhorar esse cenário e implementar mais diversidade na área”, diz Taís Carvalho, vice-presidente e sócia da FESA Group especialista em agronegócio.

Diante deste cenário, a especialista recomenda ações em recrutamento e seleção que sejam realizadas visando a inclusão de mais mulheres nos processos seletivos para cargos de liderança; treinamentos internos visando a sensibilização para a importância da diversidade nos cargos de liderança; e cursos de atualização para os funcionários, tendo um olhar sensível aos resultados das mulheres.