Os futuros do trigo negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam com alta de quase 3% nesta quarta-feira (02). Os principais contratos registraram ganhos entre 16,25 e 17,75 pontos, com o vencimento de dezembro/24 cotado a US$ 6,15 por bushel.
Segundo Naomi Blohm, consultora sênior de mercado da Total Farm Marketing, “o trigo está em alta porque a Rússia lançou um ataque de drones à infraestrutura portuária de Odesa, no sul da Ucrânia.” A informação foi divulgada pelo site Successful Farming.
O ataque atingiu instalações de grãos e edifícios na fronteira com a Romênia, além de interromper o fornecimento de energia para milhares de pessoas na região de Sumy, no norte da Ucrânia. “A Rússia continua a travar uma guerra contra os grãos e a segurança alimentar global“, declarou o vice-primeiro-ministro da Ucrânia.
A escalada das tensões geopolíticas no leste europeu tem dado suporte ao mercado de trigo na CBOT desde o início da semana.
Outro fator que influenciou as cotações foi o relatório do Ministério da Economia da Rússia, que apontou uma queda de 14,7% na produção agrícola do país em agosto, devido a geadas na primavera e à seca no final da estação, o que afetou o potencial produtivo do trigo. A Rússia, maior exportadora mundial do cereal, sofre com esses impactos climáticos.
Além disso, o clima nos Estados Unidos e o progresso do plantio do trigo de inverno continuam sendo monitorados pelos traders.
Mercado do milho
Os futuros do milho acompanharam a valorização do trigo e também fecharam em alta na CBOT nesta quarta-feira. Os contratos futuros subiram mais de 3 pontos, com o vencimento de dezembro/24 cotado a US$ 4,32 por bushel.
Segundo a consultora Naomi Blohm, “o milho está em alta porque o petróleo bruto está em alta. O petróleo está em alta porque o Irã enviou 200 mísseis ontem para Israel”, destacou.
As tensões geopolíticas também impulsionaram os fundos de investimento a saírem de suas posições vendidas no mercado de milho. Paralelamente, o progresso da colheita do milho nos EUA continua sendo observado de perto. Até o momento, 21% da safra de milho já foi colhida, acima da média de 18% dos últimos cinco anos, segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Mercado da soja
Em contraste com o trigo, os futuros da soja encerraram a sessão com ligeiras quedas na CBOT. As cotações recuaram entre 0,50 e 1,25 pontos, com o vencimento de novembro/24 cotado a US$ 10,56 por bushel.
De acordo com Naomi Blohm, “a soja ficou mais baixa hoje devido às melhores chances de chuva na América do Sul e à queda nos preços do farelo de soja“.
As chuvas no Brasil, essenciais para o desenvolvimento da safra, estão sendo acompanhadas de perto pelos traders. Além disso, o avanço da colheita nos EUA também contribuiu para a pressão negativa nos preços, segundo o Farm Futures.