Assim como o mercado milho, à soja também trabalhou com preço firme em janeiro; sustentados pelo “dólar, pelo ritmo das exportações aquecidas e a quebra da safra de soja na América do Sul pressionando o mercado”, informa o analista de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri.
De acordo com o levantamento da Scot Consultoria, no porto de Paranaguá-PR, a referência está em R$ 185,00 por saca de 60 quilos FOB (31/1). “Em trinta dias, a alta no preço foi de 7,6% no porto; e, na comparação com o mesmo período do ano passado, a saca está custando 31,4% mais este ano”, explica.
No Rio Grande do Sul, há relatos de negócios a R$ 200,00 por saca CIF indústria. “Até o momento nós não vimos nada nesse sentido. Mas com relação a fundamentos, há espaço pra chegarmos nesses patamares de preços”, frisa Fabbri.
Além disso, a alta foi impulsionada pelos preços da soja no mercado internacional e pela confirmação das preocupações quanto ao clima adverso na América do Sul; que trouxe revisão para baixo nas produções no Brasil, Argentina e Paraguai.
Produção de soja
No Brasil, a Conab também revisou a produção brasileira para baixo, estimada em 140,5 milhões de toneladas em janeiro (-1,6%). “A revisão para baixo foi puxada pela queda na produtividade das lavouras, principalmente no Paraná onde a estimativa de produção foi reduzida em 2,26 milhões de toneladas; 12,2% menor que as estimativas em dez/21”, ressalta o especialista.
Na Argentina a estimativa de produção é de 46,5 milhões de toneladas, frente a 49,5 milhões/t esperadas em dezembro de 2021; enquanto no Paraguai devem ser produzidas 8,5 milhões, frente a 10 milhões esperadas em dez/21; de acordo com informações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
“Com a revisão para baixo nas estimativas de produção na América do Sul e manutenção das estimativas de demanda global, os estoques finais para a safra 2021/22 foram revisados de 102 milhões de toneladas em dezembro/21 para 95,2 milhões atualmente”, finaliza Fabbri.
Texto: Larissa Schäfer