As cotações do trigo negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta sexta-feira com máximas de dois meses. As principais posições registraram altas entre 8,25 e 16,25 pontos, com o contrato dezembro/24 fechando o dia a US$ 5,94 por bushel.
O cenário atual reflete a escalada de combates entre Ucrânia e Rússia, que trouxe um suporte considerável aos preços do trigo. Essa pressão, no entanto, não afeta apenas o mercado de trigo, mas também se espalha para o complexo do milho, como destacou Karl Setzer, sócio da Consus Ag Consulting, ao site internacional Successful Farming.
Além dos impactos imediatos do conflito, a situação se agravou com a acusação da Ucrânia de que a Rússia bombardeou um navio graneleiro carregado com grãos ucranianos. Esse ataque ocorreu perto da Romênia e aumentou as preocupações com a segurança marítima, especialmente na região do Mar Negro.
De acordo com a Agrinvest, um agravamento das tensões na área poderia elevar os custos de frete e seguro das barcaças, afastando compradores e redirecionando a demanda para outros mercados, como os EUA. Paralelamente, o clima nos EUA também desempenha um papel crucial, já que as condições de seca na safra de trigo de inverno impulsionaram compras climáticas no mercado, conforme observou Setzer.
Mercado do milho
Esse mesmo contexto geopolítico tem gerado reflexos positivos para o mercado de milho. As cotações dos futuros do cereal na CBOT encerraram a sessão desta sexta-feira em alta, com ganhos que variaram entre 4,50 e 7,25 pontos. O contrato dezembro/24 foi negociado a US$ 4,13 por bushel.
A força vinda do trigo, impulsionada pelas tensões no Mar Negro, ajudou a elevar os preços do milho. Além disso, os investidores mantêm os olhos no relatório de oferta e demanda do USDA, que traz novas informações importantes sobre o avanço da colheita da safra norte-americana.
Mercado da soja
Enquanto isso, o mercado de soja teve um desempenho diferente na CBOT, encerrando o pregão desta sexta-feira em queda. As principais posições da oleaginosa registraram perdas entre 4,50 e 5,00 pontos, com o contrato novembro/24 fechando a US$ 10,06 por bushel.
Após a divulgação do relatório do USDA, as atenções do mercado se voltam agora para o Brasil, onde o clima será um fator determinante para a semeadura da safra 24/25. As condições de seca no Brasil continuam sendo uma preocupação central para os produtores brasileiros, e qualquer mudança climática pode impactar o ritmo da semeadura da oleaginosa.