A maioria das lavouras de trigo do Rio Grande do Sul estão se desenvolvendo de forma adequada e com sanidade satisfatória. Essa é a avaliação do Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (22) pela Emater/RS-Ascar. Os efeitos da ocorrência de geadas no início da semana passada, entre 12 e 14 de agosto, ainda não podem ser mensurados, mas a tendência é de danos mínimos.
Inclusive, a ocorrência de geadas seguida pelo aumento das temperaturas proporcionaram condições favoráveis para o desenvolvimento vegetativo das lavouras, principalmente para as que foram semeadas no final da janela recomendada de plantio. Atualmente, a maioria das lavouras (83%) estão na fase de desenvolvimento vegetativo.
As lavouras que podem ter sofrido danos são as que já estavam em fase reprodutiva e que podem ter prejuízos no florescimento e na formação de grãos. Até o momento, 17% das lavouras do estado estão em espigamento/florescimento. A Emater/RS-Ascar esclarece que avaliação das consequências só poderá ser realizada quando as plantas atingirem o estágio de maturação. “Porém, a tendência é de danos mínimos, uma vez que não houve precipitações subsequentes aos episódios de geada, o que mitigou o impacto das baixas temperaturas”, explica.
Em relação aos aspectos fitossanitários, a baixa umidade e baixas temperaturas desaceleraram o progresso de doenças, em particular oídio, que afetava algumas regiões.
Canola
A variação intensa de temperatura, observada nas últimas semanas, causou estresse nas áreas cultivadas com canola e que estão em início de floração no Rio Grande do Sul. As lavouras em floração e enchimento de grãos situadas em áreas mais baixas foram afetadas por geadas, embora ainda não seja possível avaliar o dano com precisão.
De acordo com o Informativo Conjuntural, prosseguiram os trabalhos de manejo, incluindo a pulverização de fungicidas e de inseticidas nas lavouras de canola semeadas no cedo, bem como a aplicação de herbicidas para o controle de ervas daninhas nas lavouras semeadas em período mais tardio. Para esta safra de inverno, a Emater/RS-Ascar projeta 134.975 hectares cultivados com canola no Estado, e a produtividade inicial está em 1.679 kg/ha.
Aveia branca
A formação de geadas também foi favorável para o desenvolvimento vegetativo da aveia branca. Contudo, no Noroeste do Estado, onde parte das lavouras estão em estágios reprodutivos mais avançados, o fenômeno pode ter causado danos em algumas parcelas, como abortamento de flores, que resulta em número reduzido de sementes nas espigas. Porém, ainda não é possível avaliar se houve perda de produtividade. Já a partir do aumento das temperaturas, os produtores intensificaram o monitoramento para a detecção de insetos, especialmente pulgão.
Para esta safra de aveia branca, a Emater/RS-Ascar estima uma área de 365.590 hectares para a produção de grãos, com produtividade média de 2.402 kg/ha.
Cevada
Algumas áreas pontuais semeadas no início da janela de plantio – em fase de floração – estão recebendo atenção especial dos produtores devido aos danos potenciais causados pelas geadas. Contudo, a expectativa nas regiões de maior produção permanece alinhada à projeção inicial, em especial nas lavouras semeadas no final da janela de plantio, que apresentam excelente desenvolvimento. A projeção de cultivo é de 34.429 hectares, e a produtividade de 3.245 kg/ha.
Com informações da Emater/RS-Ascar