A perda da condição corporal e a redução na produção de leite começam afetar grande parte da criação, principalmente dos produtores que utilizam pastagens como base alimentar. As informações do impacto da estiagem sobre a pecuária leiteira são do Informativo Conjuntural, desta quinta-feira (20/01) da Gerência de Planejamento da Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).
As temperaturas muito altas causam estresse considerável nas matrizes, em especial em animais da raça holandesa. A disponibilidade de água diminui rapidamente, redução devida ao forte calor e favorecida também pela ação dos ventos constantes, situação que causa grande apreensão nos produtores devido à falta de alternativas em caso de esvaziamento dos açudes e de interrupção de cursos d’água.
Há aumento significativo de leite instável não ácido (Lina), em decorrência da redução na oferta de alimentos volumosos de qualidade e na quantidade necessária.
Regionais leiteiras
- Bagé: queda na produção de leite em Santana do Livramento é de 31%.
- Fronteira Oeste: o quadro de estiagem está estabelecido há mais tempo, as perdas ficam em torno de 50%.
- Pelotas: em Herval, a estiagem prejudicou o desenvolvimento das pastagens, e a redução na produção já chega a 40%.
- Jaguarão e Rio Grande: houve queda de 50% e em Pedras Altas, estimam-se 40% de perdas.
- Santa Maria: a condição nutricional do rebanho continua adequada, principalmente nas propriedades onde se faz a suplementação da dieta com feno ou pré-secado, porém as perdas na produção de leite estão na faixa de 25%.
- Lajeado e Caxias do Sul: a perda é considerada menor, com redução de cerca de 10% na produção leiteira.
- Soledade: as perdas na produção de leite se acentuaram e já chegam a 20%. As perdas nas lavouras de milho em fase de ensilar superam em média 50%, e chegam a 80% em algumas lavouras.
Comercialização
De acordo com o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar, o preço médio do litro do leite no Estado ficou em R$ 1,91, o que representou aumento de 0,53% em relação à última cotação.
A variação nos preços recebidos pelos produtores deve-se a diferentes variáveis, entre elas o volume comercializado, as bonificações por quantidade e qualidade do leite, de acordo com os parâmetros normatizados para o produto.