Na última semana, o Rio Grande do Sul foi impactado por fortes temporais e chuvas intensas, ocasionando prejuízos significativos na agricultura do estado. As condições climáticas adversas foram resultado do avanço de áreas de instabilidade e da passagem de uma frente fria entre quarta e quinta-feira da semana passada.
Jossana Cera, agrometeorologista do Instituto Riograndense do Arroz (IRGA), destacou que as previsões já apontavam para a possibilidade de temporais com maior magnitude, principalmente nas áreas de fronteira com o Uruguai. No entanto, os temporais foram mais extremos do que o previsto, com ventos superiores a 140 quilômetros por hora e chuvas que alcançaram até 300 milímetros em algumas regiões, como na zona Sul e em São Borja.
Os danos foram generalizados, atingindo diversas regiões do estado, incluindo a Zona Sul, a fronteira oeste e a região central. Além disso, houve relatos de prejuízos em lavouras de arroz e soja, especialmente aquelas em fase final do ciclo ou prontas para colheita.
Cera ressaltou a preocupação com os impactos na produção de arroz devido aos temporais, ainda que não seja possível quantificar o impacto geral no estado. A incerteza quanto à continuidade dos temporais durante o outono e a primavera também foi destacada.
Previsão para próxima semana
Quanto à previsão para os próximos dias, espera-se uma estabilização do clima, com oscilações típicas do outono. No entanto, a agrometeorologista alertou que os produtores devem permanecer atentos, pois a possibilidade de temporais ainda existe.
A colheita da soja avança, mas algumas lavouras ainda necessitam de chuva. Prevê-se chuva na metade norte do estado na quinta-feira, enquanto a metade sul permanecerá seca. Na sexta-feira santa, espera-se chuva na maioria das regiões, seguida de tempo seco no domingo de Páscoa.
Quanto à colheita, o atraso provocado pelos temporais pode afetar a qualidade dos grãos, especialmente do arroz, e consequentemente o preço no mercado. A instabilidade climática apresenta desafios aos agricultores, que precisam balancear a necessidade de chuva para algumas culturas e o clima seco para a colheita.
Assim, os produtores são orientados a acompanhar de perto as previsões e a adaptar suas estratégias conforme as condições do tempo. Na próxima segunda-feira, teremos mais informações sobre o desenvolvimento das condições climáticas e seu impacto na agricultura do estado.