Segundo o Boletim Agropecuário de março, publicação mensal do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), as exportações de aves e suínos tiveram alta significativa em fevereiro na comparação com 2023, em Santa Catarina. Com relação ao mercado nacional do boi gordo, os preços caíram nas primeiras semanas de março.
Avicultura
Santa Catarina exportou 92,3 mil toneladas de carne de frango (in natura e industrializada) em fevereiro – altas de 1,8% em relação aos embarques do mês anterior e de 16,5% na comparação com os de fevereiro de 2023. As receitas, por sua vez, foram de US$175,2 milhões – altas de 5,1% em relação às do mês anterior e de 2,3% na comparação com as de fevereiro de 2023.
No acumulado do 1º bimestre, Santa Catarina exportou 183,1 mil toneladas, com receitas de US$342,0 milhões – alta de 4,9% em quantidade, mas queda de 10,6% em receitas, na comparação com as do mesmo período do ano passado. O Estado foi responsável por 25% das receitas geradas pelas exportações brasileiras de carne de frango nos dois primeiros meses do ano.
Bovinocultura
Nas primeiras semanas de março, observaram-se quedas nos preços do boi gordo na maioria dos principais estados produtores, situação também registrada em Santa Catarina. O preço médio estadual da arroba bovina nesse período foi de R$237,99, -0,6% em relação ao valor registrado no mês anterior. Tal cenário é decorrente, principalmente, da grande oferta de animais prontos para abate nos principais polos de produção bovina do País. Quando se leva em consideração o valor recebido pelo produtor em março de 2023, a queda é ainda mais expressiva: -17,6%.
Os preços de atacado da carne bovina, por outro lado, apresentaram variações positivas na comparação entre os valores das duas primeiras semanas de março e os do mês anterior: alta de 0,9%.
Leite
O IBGE divulgou, neste mês de março, os dados estaduais da Pesquisa Trimestral do Leite relativos a 2023. A quantidade adquirida pelas indústrias brasileiras atingiu 24,5 bilhões de litros, aumento de 2,5% em relação ao volume registrado em 2022. O desempenho entre os estados foi bastante heterogêneo. Entre os seis com maior quantidade adquirida pelas indústrias, Santa Catarina se destacou. Com crescimento acumulado de 8,7% entre 2021 e 2023, pela primeira vez na história, as indústrias catarinenses adquiriram mais leite cru do que as indústrias do Rio Grande do Sul.
No primeiro bimestre de 2024, as importações brasileiras de lácteos foram de 47,2 milhões de quilos, aumento de 20,4% em relação ao primeiro bimestre de 2023. No mesmo período, as exportações aumentaram 64,4%: saltaram de 4,5 milhões para 7,4 milhões de quilos.
Nos meses recentes, os preços dos lácteos tiveram um aumento. Desde novembro de 2023, o valor médio pago aos produtores das principais regiões produtoras, levantados pela Epagri/Cepa, teve recuperação de R$0,40 por litro. Ainda assim, em todos os meses de 2024 os preços foram inferiores aos dos mesmos meses de 2023.
Suinocultura
Santa Catarina exportou 53,5 mil toneladas de carne suína (in natura, industrializada e miúdos) em fevereiro, queda de 1,2% em relação ao montante do mês anterior, mas alta de 25,4% na comparação com os embarques de fevereiro de 2023. As receitas foram de US$119,4 milhões, altas de 2,3% na comparação com as do mês anterior e de 16,6% em relação às de fevereiro de 2023.
No acumulado do 1º bimestre, o estado exportou 107,6 mil toneladas de carne suína, com receitas de US$236,1 milhões – altas de 16,2% e 4,6%, respectivamente, em relação às do mesmo período de 2023. Santa Catarina respondeu por 59,7% das receitas e por 57,6% do volume de carne suína exportada pelo Brasil este ano.