Genética Suína

Maior núcleo genético de suínos da América inicia comercialização em abril

Granja Gênesis, da Agroceres PIC, em Paranavaí, no Paraná, lança em abril seus primeiros animais no mercado

Granja Gênesis, da Agroceres PIC, em Paranavaí
Granja Gênesis, da Agroceres PIC, em Paranavaí, no Paraná

O maior núcleo genético de suínos da América Latina e um dos maiores do mundo, a Granja Gênesis, da Agroceres PIC, em Paranavaí, no Paraná, lança em abril seus primeiros animais no mercado. Serão mais de mil suínos reprodutores de elite que, inicialmente, serão comercializados para o mercado interno e países da América do Sul. A expectativa da empresa é comercializar no mínimo 10 mil suínos só em 2024.

A entrada desses animais no mercado, portanto, trata-se de um marco para a suinocultura paranaense e brasileira. Isso porque a Granja Gênesis é a primeira unidade para produção de reprodutores elite no Brasil, o que eleva o nível da criação paranaense. O Paraná é o segundo maior produtor de suínos do País. Visto que, em 2023, o estado abateu 12 milhões de cabeças, representando 21,2% do mercado nacional.

“A Granja Genêsis posiciona-se como uma estrutura de excelência para atender o mercado internacional e transforma o Paraná em um polo mundial de exportação de material genético”, destaca o gerente de produção da Agroceres PIC, Nevton Hector Brun.

Granja Genêsis

Inaugurada há um ano, com investimento de R$ 332 milhões, a granja é formada por 22 galpões, distribuídos por 70 mil metros quadrados, cuja capacidade é de alojar 3,6 mil fêmeas de altíssimo valor genético.

Com tal rebanho, a granja tem capacidade de produzir 15 mil reprodutores de elite por ano, entre bisavôs, bisavós, avôs e avós. Dessa forma, a referência familiar traz o histórico da linhagem de cruzamento dos animais selecionados para o melhoramento genético. Para efeito de exemplo e parametrização, uma bisavó influencia a produção de 6 mil suínos e um bisavô a produção de 400 mil suínos.

O foco principal da Agroceres PIC é fazer com que a Granja Gênesis atenda o mercado sul-americano. Além da Argentina, país onde mantém operação e é líder de mercado, a empresa mantém exportações regulares para o Paraguai e Uruguai. Ela também está habilitada para exportar reprodutores e matrizes para o Chile, Bolívia e Colômbia e mantém tratativas para abertura de mercado no Equador e Peru. “Países como Estados Unidos, Canadá, México, Rússia e a China também são potenciais compradores do material genético produzido pela empresa”, aponta Brun.

Logística

Para formar o rebanho da Granja Gênesis, a Agroceres PIC importou mais de 4 mil animais de elite em cinco importações. Essa foi a maior importação da história do segmento brasileiro de genética de suínos. O Paraná foi o estado que mais investiu em 2023 na importação de suínos de alto valor genético, que auxiliam no aprimoramento do rebanho. Foram empregados cerca de US$ 4,1 milhões. O montante representou 74% dos US$ 5,5 milhões investidos nesse setor em todo o País.

A logística para trazer esses animais e formar o rebanho da granja em Paranavaí foi uma verdadeira “operação de guerra”, como a própria empresa define. Os reprodutores vieram diretamente de uma granja elite de Ohio, nos Estados Unidos. Um Boing 747 foi fretado exclusivamente para o transporte dos suínos.

A importação e o alojamento dos animais exigiram um planejamento meticuloso e uma série coordenada de ações e estratégias em diferentes áreas. O serviço mobilizou a equipe de múltiplas áreas – da genética à produção, passando pelos serviços veterinários, boas práticas de produção e bem-estar animal, além de gestão de informação e logística. No total, 50 profissionais se envolveram na operação.

Importação

O Paraná foi o estado que mais investiu em 2023 na importação de suínos de alto valor genético, que ajudam no aprimoramento do rebanho. Foram empregados cerca de US$ 4,1 milhões. O montante representou 74% dos US$ 5,5 milhões investidos nesse setor em todo o País. No entanto, dos outros estados que possuem registro de importação de suínos de raça pura nos últimos dez anos, Minas Gerais investiu US$ 1,3 milhão (23%) e São Paulo, aproximadamente US$ 162 mil (3%). Santa Catarina não realizou importações nesse segmento em 2023.

Os Estados Unidos foram o principal mercado de aquisição do Paraná no ano passado, seguido da Noruega e Canadá. Minas Gerais, por sua vez, trouxe seus animais apenas da Dinamarca.

De outra parte, o Estado também se destaca na exportação de genética, principalmente para os países do Mercosul, ficando na segunda posição, com receita aproximada de US$ 348 mil. São Paulo liderou o segmento, com US$ 416 mil. Os países sul-americanos são os melhores parceiros, com destaque para o Paraguai, que representou 67% das compras.