A produção de carne bovina no Brasil bateu recorde em 2023, com um aumento de 11,2% em relação ao ano anterior, segundo dados preliminares do IBGE. Essa alta histórica, impulsionada por um aumento no número de abates e no peso médio dos animais, foi acompanhada por uma queda nos preços do boi gordo e da carne no atacado, que recuaram 12% e 9%, respectivamente.
O aumento da produção foi resultado da combinação de diversos fatores, como a intensificação da pecuária, o aumento do volume de animais confinados e a desaceleração da demanda interna. Apesar do recorde, o consumo per capita de carne bovina no Brasil ainda está abaixo da média dos países desenvolvidos, o que indica que o mercado interno ainda tem potencial para crescer.
A participação de fêmeas no abate total chegou a 40% em alguns meses de 2023, com um pico de 49% em março. O desânimo com os preços baixos dos bezerros, em queda de 30% desde fevereiro de 2021, levou muitos criadores a descartar fêmeas.
Embora a produção tenha sido recorde, a produtividade média do rebanho nacional ficou ligeiramente abaixo do recorde de 2021. Essa queda, segundo o Cepea, é atribuída à estiagem em algumas regiões produtoras e à desaceleração do confinamento devido aos preços altos dos grãos.
Perspectiva do mercado em 2024
A equipe Cepea avalia que a produtividade média do rebanho tende a aumentar no longo prazo, em resposta aos investimentos em genética, pastagens, suplementação e sanidade. A expansão dos confinamentos também deve continuar profissionalizando ainda mais a pecuária nacional.
Para 2024, a expectativa é de que os preços do boi gordo e da carne bovina se mantenham pressionados pela oferta abundante. A demanda interna deve crescer moderadamente, enquanto as exportações dependem da recuperação da economia global e da resolução de questões sanitárias que afetam o comércio internacional de carne.