A estimativa de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) segue apontando para um crescimento na produção de grãos frente à temporada 2020/21. O Brasil deve produzir um volume total de 284,4 milhões de toneladas, segundo a quarta estimativa da safra, divulgada hoje (11). O número representa um crescimento de 12,5% ou 32 milhões de toneladas, em relação ao ano passado. Os destaques são a soja, com aumento de área semeada de 3,8%, e a safra do trigo, que foi encerrada com recorde de produção.
“As expectativas da produção do centro-oeste contribuíram para a manutenção da expectativa de crescimento da produção de grãos, mesmo com as condições climáticas desfavoráveis no Sul do país, que impactarão na produção de milho primeira safra e soja, o milho ainda está estimado em 24,8 milhões de toneladas”, explica o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Sergio De Zen.
Milho
Atualmente, a produção total de milho, considerando a primeira, segunda e terceira safras, está estimada em 112,9 milhões de toneladas, aumento de 29,7% em comparação com a safra anterior. Por outro lado, é esperado um decréscimo do rendimento médio em comparação com a safra 2020/21, com a produtividade nacional média estimada em 5.495 kg/ha.
Apesar das condições climáticas de dezembro no Rio Grande do Sul, o diretor Sergio De Zen afirma que a safra passada também foi prejudicada por intempéries climáticas e problemas fitossanitários. Esse fator é apontado como motivo para o equilíbrio das comparações.
Soja
Com um crescimento de 3,8% na área e produção estimada de 140,5 milhões de toneladas, a soja mantém o país como o maior produtor mundial da oleaginosa. Apesar da expectativa de uma queda na produtividade de 1,4%, passando para 3.478 kg/ha, a produção deve ter um incremento de 2,3%.
“De maneira geral, as lavouras seguem em evolução, inclusive com as primeiras áreas sendo colhidas em algumas localidades. As diferentes condições climáticas registradas entre as muitas regiões produtoras podem gerar variações nas produtividades obtidas, mas a expectativa ainda é de um resultado nacional superior àquele obtido em 2020/21, particularmente em razão do incremento de área”, relata o documento.
Trigo
No caso do trigo, a safra 2021 foi concluída e o volume total de produção é de 7,7 milhões de toneladas. O resultado final é 23,2% superior ao da safra passada. A produtividade também cresceu, chegando a 2.803 kg/ha. Além disso, a área cultivada foi expandida em 17%.
“As adversidades climáticas, períodos prolongados de estiagem e incidência de geadas, registradas em parte do ciclo, reduziram o potencial produtivo da cultura. No entanto, o bom incremento de área plantada, visualizado neste ano, favoreceu esse desempenho que, no geral, foi bom”, resumo o relatório.
Demais culturas
O algodão obteve crescimento de 12,5% na área a ser semeada, em um total de 1,5 milhão de hectares. Desta forma, a produção de pluma está estimada em 2,7 milhões de toneladas. Já o arroz teve redução de 0,7% na área a ser semeada devido ao cenário mercadológico, conforme a Companhia. A produção está prevista em 11,38 milhões de toneladas. O feijão primeira safra seguiu a tendência e teve redução de 2% na área a ser semeada e volume 988,4 mil toneladas, já a produção total de feijão no país, somando-se as três safras, está estimada em 3,08 milhões de toneladas.
Área
Em dezembro, com a finalização da semeadura da maioria das culturas de primeira safra, a estimativa da área total a ser cultivada no país em 2021/22 é de 72,1 milhões de hectares, um crescimento de 4,5% sobre a safra anterior. Nesse contexto, estão incluídas as culturas de segunda safra, com os plantios entre janeiro e abril, e as culturas de terceira safra, entre abril e junho. Para o cálculo das estimativas de produção das culturas de segunda e terceira safras do ciclo 2021/22, foram utilizadas metodologias estatísticas específicas, uma vez que ainda há indefinições sobre a área a ser cultivada, assim como a produtividade das culturas. As áreas destinadas às culturas de segunda e terceira safras serão atualizadas ao longo dos próximos levantamentos.
Clima
O mês de dezembro fechou o ano de 2021 com grandes volumes de chuva no país, chegando a ultrapassar a média em diversas regiões. “No norte de Minas Gerais e no sul da Bahia, onde esse quadro foi mais extenso, o total de chuvas foi o maior das séries históricas de dezembro, especialmente nas localidades de Lençóis, Ilhéus e Caravelas”, ressalta o gerente de Acompanhamento de Safras, Rafael Fogaça. “No Centro-Oeste, as condições atmosféricas foram favoráveis, mas no Sul, a chuva registrada não foi suficiente para atingir a média em grande parte da região, o que prejudicou a produção no estado.”
Com informações da Conab