O modelo meteorológico norte-americano GFS projeta temperaturas de até 47ºC na área de Porto Alegre e máximas perto de 50ºC no Rio Grande do Sul, Centro da Argentina e no Uruguai no final da próxima semana. “Esse seria o maior calor de todos os tempos, a “mãe de todas as ondas de calor” com valores que dizimariam recordes de temperatura máxima que perduram por mais de um século e com recorrência talvez de milhares de anos”, informa a meteorologista do MetSul Estael Sias.
A previsão é do Global Forecasting System, operado pela Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), a agência de previsão do tempo e do clima do governo dos Estados Unidos. Apesar disso, a meteorologista faz ressalvas quanto à precisão do modelo e destaca que a previsão ainda pode mudar com o passar dos dias.
“No caso do Rio Grande do Sul, a literatura técnica observa que os modelos exageram as altas temperaturas nas áreas subtropicais na estação quente, o verão”, destaca Estael. Desta forma, as projeções dos modelos para sete a dez dias são menos confiáveis na estação. “Uma vez que a atmosfera mais quente e instável favorece mudanças mais frequentes e radicais de prognósticos”.
Alerta
Ainda assim, um alerta está aceso pelo calor extremo projeto por um dos principais modelos meteorológicos. A situação poderia ter efeitos graves, inclusive para a saúde e a vida. A preocupação aumenta devido aos acontecimentos recentes. “Os últimos meses no mundo tiveram eventos que se concebia como quase impossíveis como a onda de calor no Oeste dos Estados Unidos e Canadá em junho de 2021 que deixou 800 mortos e com estimativas de até 1.400 fatalidades. Seattle (EUA) anotou 42ºC, quando a média máxima de junho é de 22ºC, o que seria equivalente a título de comparação e ilustração Porto Alegre ter 50ºC, já que a média máxima de janeiro é de 30ºC”, explica a meteorologista.
A MetSul Meteorologia afirma que vê as projeções com ceticismo e cautela. Uma temperatura máxima de 47ºC em Porto Alegre bateria o recorde da cidade, do estado, do país e da América do Sul, registrado em 11 de dezembro de 1905 em Ridavia, na Argentina, quando a temperatura chegou a 48,9ºC.
“Seria absurdamente fora de curva e um desvio gigantesco da climatologia, algo que somente poderia se esperar sob os piores cenários (hoje improváveis) de aquecimento planetário de 4ºC a 5ºC pelas projeções para o ano 2.100”, esclarece a meteorologista. Apesar do ceticismo, ainda há cautela e atenção pela sinalização de risco de um evento extremo.
Modelo Europeu
O modelo europeu ECMWF projeta para Para Porto Alegre temperaturas mais baixas, a mais alta seria de 42ºC. “O calor extraordinário que modelo tem indicado é para daqui a 7 ou 8 dias. As projeções estão sujeitas, como enfatizei, a mudanças que podem ser grandes e o calor até “sumir” ou aumentar”, ressalta Estael.