Mercado

Ovinos: preços sobem, mas custo de produção limita ganhos

As vendas de carne ovina no mercado doméstico tiveram forte volatilidade ao longo de 2021

O ano de 2021, assim como para outros setores da pecuária, continuou sendo desafiador para a ovinocultura. Apesar do avanço nos valores do cordeiro vivo, observado na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea, devido, principalmente, à baixa oferta de animais para abate, os ganhos da atividade foram pressionados pelo elevado custo de produção. Além disso, o setor esperava crescimento da demanda por carne ovina, o que não ocorreu.

Do lado da demanda, com o baixo poder de compra da população brasileira, as vendas de carne ovina no mercado doméstico tiveram forte volatilidade ao longo de 2021, ficando na média esperada pelo setor, mas abaixo do crescimento previsto, principalmente em dezembro. De janeiro a dezembro de 2021, o valor médio de comercialização da carcaça ovina em São Paulo aumentou 26% em comparação com o do mesmo período de 2020, indo de R$ 22,03/kg para R$ 27,81/kg, em temos reais (valores deflacionados pelo IPCA de novembro/21).

Já em relação a oferta, de acordo com agentes consultados pelo Cepea, a saída de vários produtores da atividade somada à dificuldade na recuperação do pasto, devido a problemas climáticos, como a estiagem, resultaram em diminuições da oferta de animais e, consequentemente, de carne no mercado interno.

Com isso, para o animal vivo, nos estados do Ceará, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, na média de janeiro a dezembro de 2021, o ovino se valorizou 6%, 16%, 6%, 13% e 4%, respectivamente, em relação ao ano anterior, em temos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de novembro/21). Já em São Paulo, no mesmo comparativo, houve desvalorização de 5%.