De acordo com as estimativas da Rural Clima, as perdas na safra de soja no Paraná já somam 30%. “Focando essa quebra para região oeste e norte do Paraná, as perdas passam de 60%; sendo que em algumas localidades a quebra chega até 100%. Mas quando se olha como um todo para o Estado, no quesito soja, a quebra hoje é de 30%”, alerta o agrometereologista da Rural Clima, Marco Antônio dos Santos. .
“Para Santa Catarina e Rio Grande do Sul a quebra também é gigante, só que bem menor quando comparada a situação da soja no Paraná, devido a fase fenológica que está a soja”, acrescenta. E o milho, “também quebrou nos três estados, em menor proporção no Paraná e Santa Catarina, quando comparado ao Rio Grande do Sul; mas com quebras acentuadas”, aponta o especialista.
Previsão do tempo
A previsão ainda é de chuvas para grande parte das áreas produtoras do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. “As chuvas que estão sendo projetadas para o sul do Brasil ainda serão irregulares devido a presença de algumas áreas de instabilidades; em especial sobre o Rio Grande do Sul”, informa.
Nesta quinta-feira (6), as áreas de instabilidades ganham força sobre o Sul. “Na faixa litorânea de Santa Catarina e do Paraná deve chover os maiores volumes, assim como no litoral de São Paulo; já que a frente fria se desloca rapidamente para a região sudeste”, ressalta.
Fim de semana
Na sexta-feira (7) “o tempo abre em grande parte das regiões produtoras do sul do Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul; deixando algumas áreas de instabilidades sobre Santa Catarina e a metade leste e norte do Paraná ainda com algumas nebulosidades; e consequentemente algumas chuvas ainda irregulares”, explica Santos.
Já no sábado (8) com deslocamento da frente fria sobre a região sudeste, o tempo abre de vez sobre a região sul do Brasil e sul do Mato Grosso do Sul e no Paraguai. Com isso, o fim de semana deve ser marcado por tempo aberto em grande parte das áreas produtoras da região sul.
Mas, já no começo da próxima semana algumas áreas de instabilidades atingem o Paraná novamente. Dessa forma, o mês de janeiro passa a ter uma condição melhor ao desenvolvimento das lavouras. “Apesar da forte quebra que já teve devido à forte estiagem de dezembro, essas chuvas de agora não revertem as perdas, apenas as estancam”, frisa.
Safra
Com a volta das chuvas no mês de janeiro as condições para o plantio das novas safras de milho. “Entre os dias 13 e 14 há previsão de retorno das chuvas para o Rio Grande do Sul. A tendência é que o mês venha a ser marcado por chuvas com bons volumes e frequências relativamente boas, e, portanto, condições bem melhores ao desenvolvimento das lavouras para o Paraná, sul do Mato Grosso do Sul e Paraguai”, explica.
O fato do Atlântico Sul estar em processo de aquecimento, favorece que os corredores de umidade fiquem mais ao sul do Brasil. “Então o verão tende a ser melhor independentemente do fato da La Niña ainda ditar as regras do clima, ou seja, as condições vão ser bem melhores no verão do que na primavera pelo terceiro ano consecutivo”, finaliza Santos.
Texto: Larissa Schäfer